Com o agravamento de sua situação financeira, em função da alta do dólar, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira um novo corte de investimentos, de 20%, para o biênio 2015 e 2016. A revisão foi feita após mudanças no patamar de cotação internacional de petróleo e do câmbio, segundo comunicado divulgado pela estatal. A previsão é investir cerca de 25 bilhões de dólares neste ano - um corte de 11% em relação ao Plano de Negócios e Gestão divulgado em junho, que previa investimentos de 28 bilhões de dólares em 2015. Para 2016, o corte chega a 30%, de 27 bilhões para 19 bilhões de dólares.
"Na divulgação do Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, a companhia havia informado que a execução do Plano estaria sujeita a fatores de risco que poderiam impactar adversamente suas projeções, dentre os quais estão incluídas mudanças de variáveis de mercado, como preço do petróleo e taxa de câmbio", justifica a estatal em fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A petroleira não detalhou quais as atuais premissas de câmbio e cotação de Brent que nortearam a definição dos cortes.
"De modo a preservar seus objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas, a companhia está ajustando suas previsões de investimento e gastos operacionais gerenciáveis", justifica o comunicado. "A Petrobras reafirma seu compromisso em atuar com disciplina de capital e rentabilidade", completa a nota.
A empresa também detalhou o plano de desinvestimentos, previstos em 15,1 bilhões de dólares até o próximo ano. Para este ano, a companhia estima arrecadar apenas 700 milhões de dólares com a venda de ativos - o que reforça a dificuldade da estatal em negociar diante do cenário adverso para toda a indústria petroleira, em especial com a crise de confiança no mercado brasileiro.
Vendas de ativos - O volume de desinvestimentos deve ser alcançado com a confirmação da venda de 49% em ações da Gaspetro para a Mitsui, negociação que está em fase final de conclusão pela estatal, conforme comunicado divulgado há duas semanas. O anúncio também reforça o adiamento da oferta pública de ações da BR Distribuidora, principal aposta da companhia para aliviar seu caixa. O adiamento era defendido pelo presidente licenciado do conselho de administração da estatal, Murilo Ferreira -que deixou o cargo no último mês por divergências com o atual comando da estatal.
Em fato relevante divulgado hoje, a estatal também anunciou um corte de gastos gerenciáveis - como custos administrativos e despesas operacionais, excetuando matérias-primas. Para este ano, a expectativa é cortar cerca de 4%, somando US$ 29 bilhões, ante os US$ 30 bilhões previstos inicialmente. Para o próximo ano, entretanto, o corte chegará a 23%, totalizando 21 bilhões de dólares - antes, seriam 27 bilhões de dólares. A previsão inicial da companhia, divulgada em junho, era gastar 28 bilhões de dólares, em média, pelos próximos cinco anos.
A estatal não detalhou a origem da redução de gastos administrativos, mas a expectativa é que sejam intensificados cortes em funcionários terceirizados e revisões de contratos de prestação de serviço, o que já está em andamento. Funcionários terceirizados relatam que as demissões podem começar entre outubro e novembro, sendo que parte do efetivo já estaria em aviso prévio.
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