Apesar de dedicar a maior parte de seu discurso à política externa, a presidente Dilma Rousseff não deixou de lado os problemas internos que assolam o Brasil em seu discurso de abertura da 70ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas, ao afirmar que "o governo e a sociedade brasileira não toleram e não tolerarão a corrupção".
Dilma disse ainda que "a democracia se fortalece quando a autoridade assume o limite da lei como seu próprio limite" e que "graças à plena vigência da legalidade e ao vigor das instituições democráticas, o funcionamento do Estado tem sido escrutinado de forma firme e imparcial pela justiça e por todos os poderes e organismos públicos encarregados de fiscalizar, investigar e punir desvios e crimes".
A presidente pediu ainda parcimônia a todos em suas funções, sem excessos e sem ceder a pressões, e pedindo respeito nas críticas.
— Queremos um país em que os governantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuições, sem ceder a excessos. Em que os juízes julguem com liberdade e imparcialidade, sem pressões de qualquer natureza e desligados de paixões político-partidárias, jamais transigindo com a presunção da inocência de quaisquer cidadãos. Queremos um País em que o confronto de ideias se dê em um ambiente de civilidade e respeito. Queremos um país em que a liberdade de imprensa seja um dos fundamentos do direito de opinião e a manifestação de posições diversas direito de todos os brasileiros.
Para mostrar que não compactua com erros cometidos, a presidente avisou que, quem cometê-los, deve ser punido, obviamente, tendo garantido o seu direito de defesa.
— As sanções da lei devem recair sobre todos os que praticaram atos ilícitos, respeitados o princípio do contraditório e da ampla defesa. Essas são as bases de nossa democracia e valho-me de recente manifestação do meu amigo José Mujica, ex-presidente uruguaio, que disse: 'Esta democracia não é perfeita porque nós não somos perfeitos. Mas temos que defendê-la para melhorá-la, não para sepultá-la'.
Dilma fez questão de lembrar que "os avanços que logramos nos últimos anos foram obtidos em um ambiente de consolidação e de aprofundamento da democracia". Segundo a presidente, "a democracia brasileira se fortalece quando a autoridade assume o limite da lei como o seu próprio limite". E emendou: "nós, os brasileiros, queremos um país em que a lei seja o limite. Muitos de nós lutamos por isso, justamente quando as leis e os direitos foram vilipendiados durante a ditadura".
Ao final do seu discurso na ONU e de ouvir as palavras do presidente norte-americano, Barack Obama, a presidente Dilma Rousseff terá um encontro com o primeiro-ministro da Grécia Alexis Tsipras, outro país que enfrenta grandes problemas internos econômicos e políticos. A presidente Dilma Rousseff que, a princípio deixaria Nova York à tarde, decidiu antecipar sua volta para o final da manhã já que terá de enfrentar, na volta, a grande crise política e econômica.
Momento de transição
A presidente afirmou em seu discurso que o Brasil tem "condições de superar as dificuldades atuais e avançar na trilha do desenvolvimento", mencionando ainda que o momento atual é de "transição".
— Estamos em um momento de transição para um outro ciclo de expansão profundo, sólido e duradouro.
Dilma disse que, por seis anos, o Brasil buscou barrar as consequências da crise financeira mundial, evitando que os efeitos se abatessem sobre o país. Ela citou medidas tomadas pelo governo, incluindo a redução de impostos e tentativa de ampliação do crédito.
— Esse esforço chegou a um limite tanto por razões fiscais internas como por aquelas relacionadas ao quadro externo. A lenta recuperação da economia mundial e o fim do superciclo das commodities incidiram negativamente sobre nosso crescimento.
Ela mencionou ainda que a desvalorização cambial e as "pressões recessivas" produziram inflação no país e forte queda da arrecadação, levando a "restrições das contas públicas". A queda da arrecadação foi uma das justificativas oficiais para o governo reduzir as metas de superávit primário no país.
Dilma afirmou ainda em seu discurso que o Brasil está "reequilibrando o orçamento e fazendo forte redução de despesas", dos gastos e "até dos investimentos. "Hoje a economia brasileira é mais forte, sólida e resiliente do que há alguns anos", disse, ressaltando que o processo de inclusão social não foi interrompido.
— Esperamos que o controle da inflação, a retomada do crescimento e do crédito contribuirão para uma maior expansão do consumo das famílias.
News Destaques
News Política
News Polícia
Editoria de Cultura
Editoria Geral
News Eleições 2020
News Vagas de Emprego
Todos os direitos reservados. © News Rondonia - 2021.