Um motorista flagrou um ônibus da Colitur, empresa responsável pelo coletivo que tombou e deixou 15 mortos e mais de 60 feridos em Paraty no último domingo (6), circulando de portas abertas. As imagens foram registradas na última terça-feira (8), dois dias após o acidente.
Segundo o cinegrafista que fez as imagens, o veículo seguia de Paraty para Angra dos Reis, no sul fluminense, com as portas traseiras abertas.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro espera concluir até sexta-feira (11) os termos do acordo com a viação Colitur, proprietária do ônibus. Na tarde de quarta-feira (9), representantes da Defensoria, da empresa de transportes e do município tiveram uma reunião. Ficou decidido que a Colitur indenizará as vítimas por meio de acordo extrajudicial, homologado pela Defensoria.
Feridos e familiares dos 15 mortos poderão receber a reparação financeira pelo dano sofrido sem que seja necessária longa espera pela conclusão de ação judicial, segundo a defensora Patrícia Cardoso, coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor.
Estudante quer acionar a Justiça
Quatro dias após sobreviver ao acidente de ônibus, o estudante de aviação civil Luan Eloy, de 23 anos, afirma que "ainda não caiu a ficha". Para descrever a tragédia, da qual ainda não se recuperou, Luan a comparou a "um filme de terror" e a "uma montanha-russa".
Acompanhado de um amigo que não se lembra do momento do acidente tamanho o trauma sofrido, Luan — que nasceu no Acre e mora há cinco anos na cidade de São Paulo — embarcou no ônibus da viação Colitur para passar o domingo em Trindade, bairro de Paraty. Ele recorda que, ao entrar na estrada do Deus me Livre, o coletivo desceu "muito rápido uma ladeira bem inclinada".
Os passageiros gritaram e Luan ainda se recorda de ter ouvido o motorista dizer que havia perdido o freio. Após o ônibus tombar, o estudante e o amigo, que estavam sentados no penúltimo banco do coletivo, saíram pelo acesso do teto — viram muito sangue, fraturas expostas, passageiros sem vida e presos em ferragens.
— Eu apaguei uns 20 segundos. Fiquei zonzo. Eu pensei que já estava morto. Parecia cena de filme, o terror.
O estudante, que sofreu um corte no braço esquerdo e sentia dor na costela — nesta quarta (9), ele ainda iria refazer exames para descartar qualquer problema —, não descarta ir à Justiça contra a viação, da qual ainda não havia recebido qualquer assistência.
— Se puder, vou processar porque estou traumatizado. Vou procurar uma terapia.
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