A dívida do brasileiro está mais cara e já representa cerca de duas vezes e meia a renda, segundo um estudo realizado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
Na comparação entre 2014 e 2015, o valor médio das dívidas em atraso passou de aproximadamente R$ 4 mil para R$ 5.400, o que representa um aumento real, já descontada a inflação, de 23%.
Ao cruzar os valores médios dos compromissos pendentes e a renda média dos entrevistados, a pesquisa verificou que o montante das obrigações financeiras representa duas vezes e meia o valor da renda familiar mensal no País.
Considerando, por exemplo, as famílias que têm uma remuneração de um a dois salários mínimos (entre R$ 789 e R$ 1.576), a dívida equivale a quase quatro vezes o valor da renda (R$ 4.400).
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirma que a resistência em cortar despesas e em mudar o padrão de consumo, abrindo mão de pequenos prazeres, são alguns dos erros mais comuns para quem precisa sair do vermelho.
Ela também lembra que o mau uso do chamado ‘dinheiro de plástico’ é o principal responsável pela inadimplência do consumidor brasileiro. As parcelas a pagar no cartão de crédito, citadas por 42% dos inadimplentes, ao lado das parcelas no cartão de lojas (41%), são as contas que mais resultaram na inclusão do nome em instituições de proteção ao crédito.
— Para quem sabe utilizar com prudência, o cartão de crédito pode ser um grande aliado porque traz conveniência e segurança. O grande erro é não quitar o valor integral da fatura e cair no efeito bola de neve do rotativo.
Desemprego vira o principal vilão
O levantamento concluiu também que o desemprego ultrapassou a falta de planejamento financeiro como o principal motivo da inadimplência. Neste ano, 33% dos consumidores com contas em atraso citaram a perda do emprego como causa dos atrasos – no ano passado eram 24%.
O descontrole financeiro e a falta de planejamento no orçamento vêm em segundo lugar entre as justificativas mais recorrentes para a inadimplência: 21% em 2015, contra 33% em 2014. A diminuição da renda (11%), o empréstimo do nome para terceiros (8%) e estar com o salário atrasado (5%) também são citados como razões que impossibilitaram o pagamento da dívida que está em aberto.
O educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, diz que “mesmo que o desemprego seja um acontecimento alheio à própria vontade, ao qual todos estão expostos, sobretudo quando o país se encontra em crise, o consumidor deve estar prevenido e contar com uma reserva financeira emergencial para manter as despesas sob controle”.
O estudo sugere, também, que 47% dos inadimplentes entrevistados já ficaram com o nome sujo pelo menos duas vezes nos últimos cinco anos. Já em relação à classe social, a pesquisa de 2015 mostrou uma diferença significativa com a do ano passado. Em 2014, as pessoas da classe C representavam 86% dos inadimplentes brasileiros, hoje eles são 90% do total de devedores.
O levantamento mostra também que a perspectiva de continuar inadimplente é mais frequente nas classes C, D e E (46%) do que nas classes A e B (32%). Além disso, 44% dos devedores ouvidos pelo SPC Brasil afirmaram que a situação financeira atual deles está pior se comparada ao ano passado.
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