Autor: Emerson Barbosa
Um nome que se confunde com a história do jornalismo rondoniense. “O trabalho do Ildefonso, acho que todos nós aqui da imprensa rondoniense fomos influenciados. É um ‘cara’ que não tem hora para acordar nem hora para dormir. Vive 24 horas o jornalismo, principalmente o esportivo”. A declaração foi feita pelo saudoso jornalista Marcelo Benesby (+ 25 -01-2021), durante uma homenagem prestada a Ildefonso no seu aniversário de 80 anos.
No mundo do jornalismo cada profissional destaca em determinado seguimento, Ildefonso escolheu o jornalismo esportivo, ou teria o jornalismo esportivo o escolhido. Do templo da notícia para o templo dos esportes, ambiente que fazia o jornalista sentir em casa.
Fosse nas ‘peladas’ aos finais de semana, nas quadras de basquete, vôlei ou pistas de atletismo, mas Ildefonso era conhecido mesmo nos campinhos espalhados pelos bairros de Porto Velho Rondônia, locais em que deixou sua marca e foi ovacionado sendo o representante maior do esporte de base, porque para Ildefonso não importava o lugar, onde existisse esporte lá ele estaria. Em 2018 o legado de Ildefonso virou homenagem com o Troféu do Campeonato Triangulo, idealizado por Alexandre Cunha.
E assim aconteceu durante 44 anos, tempo em que doou para contar histórias, eternizar o mundo esportivo nessa ‘Rondônia de Rondon’ em que o futebol amador era para ele uma conquista de corpo e alma. “É o esporte autentico, diferenciado”, enfatizava.
O esporte era algo tão presente na vida de Ildefonso, que a parede de sua antiga casa em Porto Velho virou uma vitrine para expor os troféus de uma trajetória repleta de conquistas. E inspiração não faltava, já que o jornalista tinha como companheira a maratonista, Marinalva Dantas.
Em 2018 um problema no joelho levou Ildefonso a abandonar outra paixão, as corridas de rua. No jornalismo de Rondônia, Valentim bateu ponto sem registrar nenhuma falta na redação do jornal Diário da Amazônia, seu último local de trabalho até finalmente deixar-se aposentar e seguir mudança para Nova Palmeira, Paraíba.
E naquele ambiente o jornalista foi o único profissional a contar com uma cadeira cativa. Durante uma reportagem Ildefonso foi questionado da possibilidade de não poder exercer mais a profissão e de pronto respondeu que seria o “caminho mais curto para o cemitério, pois enxergava no ambiente uma família, um cenário saudável”.
Ana Maria Guargucz e Acir Gurgacz, seus antigos chefes lhes renderam homenagens destacando a importância do jornalista para a comunicação e a valorização do esporte inclusivo “É com profundo pesar que lamentamos a passagem do jornalista Ildefonso Valetin Rodrigues. Além de atleta, com participação em diversas provas de atletismo e corridas de rua no Norte do Brasil, Ildefonso era um incansável defensor de todos os esportes e da atividade física. Foi dessa forma que se tornou um dos jornalistas esportivos mais respeitados de nosso Estado, com longo período de atividade no Diário da Amazônia, e passagens pela Rádio Eldorado e pelos jornais Estadão do Norte, Alto Madeira e A Tribuna. Que o espírito esportivo, a alegria, a seriedade, a honestidade e a garra com que nosso amigo Ildefonso trabalhava e lutava suas batalhas diárias continuem servindo de exemplo para os mais jovens, para os atletas e profissionais da comunicação, onde fez muitos amigos”.
Com o respeito de todos e a missão cumprida, Ildefonso Valentim Rodrigues, o mago do esporte de Rondônia se despediu da vida, no domingo, (24), na Paraíba, aos 83 anos onde seguia internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O corpo do jornalista foi enterrado nesta segunda-feira (25). “Meu amigo companheiro, vá em paz meu amor”, se despediu a esposa em sua rede social.