Autor: Júlio César Cardoso
O Brasil é vítima da corrupção política, que desmoraliza e empobrece a nação. A maioria vai para vida pública apenas para tirar proveito da coisa pública, através do enriquecimento ilícito ou por meio das negociatas.
Foto: Getty Images/Fred Cardoso
Muitos políticos se consideram íntegros mesmo fazendo vistas grossas ou não denunciando as falcatruas na República, como o balcão de negócio, por exemplo, no ministério da Educação do ex-ministro Milton Ribeiro, onde pastores combinavam o recebimento de propinas até em barra de ouro.
O presidente Bolsonaro alardeia que não existe corrupção em seu governo. Mas quando os fatos são denunciados, o presidente sai pela tangente isentando o governo.
Durante uma das suas lives que faz semanalmente, o presidente Jair Bolsonaro havia defendido o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, alvo de mandados de prisão e busca e apreensão nesta quarta-feira, junto dos pastores-lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, por suspeitas de crimes na liberação de recursos do Ministério da Educação para prefeituras. Na ocasião, o presidente afirmou: "eu boto a minha cara no fogo pelo Milton". Por que agora o presidente muda de narrativa e diz que só bota a mão no fogo?
Além do presidente, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também defendeu Ribeiro. Ao ser questionada por repórteres sobre as acusações contra o então ministro, ela respondeu que "Deus vai provar que ele é uma pessoa honesta". Ora, Deus não prova a honestidade de ninguém. Trata-se, portanto, de uma argumentação falacioso.
Como já era esperado acontecer, o desembargador Ney Bello, do tribunal Regional Federal da 1ª Região, mandou soltar o ex-ministro Milton Ribeiro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.