Ucrânia está sendo atingida por uma segunda onda de mísseis, de acordo com um assessor próximo do presidente Volodymyr Zelensky. A primeira onda de ataques ocorreu na noite de quarta-feira (em Brasília);
Há uma luta violenta pelo controle de um aeroporto militar perto de Kiev; Ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que Putin iniciou uma invasão completa da Ucrânia e que cidades pacíficas estão sendo atacadas;
Foto: Divulgação/Serviço de Emergência da Ucrânia/Reuters
Embaixada da Ucrânia no Brasil diz que invasão é um ato de guerra; embaixada do Brasil em Kiev pede para que cidadãos brasileiros no país não saiam de casa;
Bolsas europeias e asiáticas despencam; petróleo atinge maior valor em 7 anos.
Final da Champions League, que ocorreria em São Petesburgo, deve mudar de local
A Uefa, a entidade que organiza o futebol na Europa, deve anunciar que a final da Champions League não deverá mais acontecer em São Petesburgo, como estava programado.
A invasão da Ucrânia pela Rússia tornou a organização do jogo na cidade russa inviável, de acordo com pessoas que trabalham na Uefa.
Ainda não há uma decisão sobre onde a final acontecerá.
Em um comunicado, a Uefa afirmou que o presidente da entidade convocou um encontro extraordinário no dia 25 de fevereiro.
Há uma luta violenta pelo controle de aeroporto militar perto de Kiev
Um assessor do presidente Volodymyr Zelensky afirmou que há uma luta violenta acontecendo no aeroporto militar de Gostomel, a 23 quilômetros de Kiev.
A equipe do presidente Zelensky afirmou que acredita que soldados russos podem descer de aeronaves para invadir a região de Kiev onde ficam os prédios do governo.
Houve confrontos militares em quase toda a extensão da fronteira entre os dois países, segundo o assessor. Ele ressaltou as disputas nas regiões de Sumy, Kharkiv, Kherson, Odessa.
Os russos dizem algo diferente: a FSB, o serviço de segurança federal da Rússia, disse que os guardas de fronteira da Ucrânia abandonaram todos os postos na linha que divide os dois países, segundo a agência de notícias russa Interfax.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que os líderes da Rússia devem assumir total responsabilidade pelas consequências de suas ações. "A Rússia pagará um preço econômico e político muito alto", afirmou Stoltenberg em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (24) depois da invasão da Ucrânia por tropas da Rússia.
A Aliança afirmou ainda que vai continuar a tomando "todas as medidas necessárias para garantir a segurança e a defesa de todos os Aliados" e condenou também a Belarus por permitir o ataque.
Rússia diz que o país não pode ser isolado atrás de uma 'cortina de ferro'
O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse que é impossível isolar a Rússia atrás de uma cortina de ferro e que é necessário que a Ucrânia se torne um país neutro para o qual não são enviadas armas.
Quando lhe pediram que avaliasse o risco de a Rússia ser colocada atrás de uma cortina de ferro por causa de suas ações na UcrâniaPeskov, disse: "É simplesmente impossível isolar um país como a Rússia com uma cortina de ferro".
Ele ainda afirmou que a Rússia consegue sobreviver à volatilidade do mercado e disse que a reação "emocional" do mercado financeiro à invasão russa da Ucrânia vai diminuir. Peskov disse que medidas estão sendo adotadas para garantir que a reação do mercado seja a mais breve possível.
O rublo se recuperou de mínimas recordes depois de o Banco Central anunciar intervenções cambiais.
Capitais da Alemanha e Suécia registram protesto contra invasão russa na Ucrânia
Foto: REUTERS/TT News Agency/Claudio Bresciani
Manifestantes estão reunidos em frente ao Portão de Brandemburgo, um importante símbolo de Berlim, na Alemanha, erguendo a bandeira ucraniana em protesto à invasão russa.
Já em Estocolmo, capital da Suécia, manifestação ocorre em frente à embaixada russa.
Helicópteros russos atacam aeroporto militar
De acordo com dirigentes de fronteira da Ucrânia, helicópteros russos atacaram o aeroporto militar de Gostomel, que fica perto de Kiev, a capital ucraniana.
O Ministério do Interior da Ucrânia afirmou que derrubou três helicópteros dos inimigos.
Rússia diz que ucranianos atacaram navios de carga
A Rússia afirmou que dois de seus navios de carga foram atingidos por mísseis ucranianos no Mar de Azov. Houve mortos, segundo a agência de notícias russa Tass.
Moldávia e Belarus fecham espaço aéreo
A Moldávia fechou seu espaço aéreo devido à invasão russa da vizinha Ucrânia. A Belarus tomou uma medida parecida: fechou parte de seu espaço aéreo.
"Os voos serão desviados para outros aeroportos", disse o vice-primeiro-ministro da Moldávia, Andrei Spinu, no Telegram. Ele justificou a medida pela "situação na região".
Por sua vez, o ministério da Defesa de Belarus anunciou o fechamento do seu espaço aéreo sobre a fronteira ucraniana, no sul do país, a partir das 9h00 GMT (6h00 de Brasília), para "garantir a utilização segura do espaço aéreo".
Vizinhos da Ucrânia se preparam para receber refugiados
Ucranianos que fogem da guerra começaram a chegar na Polônia nesta quinta-feira (24).
Uma das cidades que está recebendo famílias é Medyka. O ministro da Saúde da Polônia afirmou que os hospitais do país está aumentando o número de leitos dos hospitais para poder atender pessoas feridas.
Outros países que fazem fronteira com a Ucrânia, como a Romênia e a Eslováquia, afirmaram que não há um volume significativo de pessoas agora, mas há relatos em redes sociais descrevendo a chegada de ucranianos.
A Eslováquia deslocou 1.500 soldados para a região de fronteira para receber famílias que fogem da guerra na Ucrânia.
Segunda onda de ataques
Foto: Aris Messinis / AFP
Ucrânia está sendo atingida por uma segunda onda de mísseis, de acordo com um assessor próximo do presidente Volodymyr Zelensky.
Um correspondente da agência de notícias Reuters ouviu explosões em Kiev às 12h no país (cerca de 7h de Brasília).
Um dirigente do Ministério do Interior da Ucrânia disse que centros de comando em diversas cidades, inclusive Kiev, foram alvos de ataques por mísseis.
De acordo com dirigentes do governo da Ucrânia, a primeira onda de bombas começou pouco depois do anúncio feito pelo presidente Vladimir Putin de que seria iniciada uma operação militar.
Uma testemunha disse à agência Reuters que há uma fumaça preta saindo do prédio da sede do serviço de inteligência do Ministério da Defesa.
Pelo menos 18 pessoas morreram na cidade de Odessa em um ataque, de acordo com as autoridades da região. Outras 6 morreram em Brovary, perto de Kiev.
Em vídeo, brasileiros pedem socorro à embaixada
Cerca de 20 brasileiros estão em um hotel localizado na cidade de Kiev, na Ucrânia, e pedem ajuda à embaixada brasileira para deixar o país após o anúncio da invasão das tropas militares russas, no início da madrugada desta quinta-feira (24). Um vídeo feito por eles pede socorro à embaixada.
Entre os jogadores, está o santista Aluísio Chaves Ribeiro Moraes Júnior, mais conhecido como Junior Moraes, ele é um dos brasileiros que pede ajuda pelas redes sociais para deixar a capital da Ucrânia com a família. Junior é naturalizado ucraniano e atua como atacante. Atualmente, joga pelo Shakhtar Donetsk e pela Seleção Ucraniana. Veja no vídeo abaixo e leia a reportagem completa aqui.
Aliado de Putin: para evitar guerra na Europa, é preciso 'desmilitarizar' Ucrânia
Foto: REUTERS/Antonio Bronic
O líder da Câmara dos Deputados da Rússia, Vyacheslav Volodin, afirmou que a única forma de evitar uma guerra na Europa é desmilitarizar a Ucrânia, de acordo com a agência de notícias russa RIA.
Volodim é um aliado do presidente Vladimir Putin.
Embaixada pede para brasileiros em Kiev ficarem em casa, exceto em caso de sirenes
A Embaixada do Brasil na Ucrânia pediu para os brasileiros que moram em Kiev a ficarem em casa, exceto se houver ativação de sirenes.
Em mensagem aos cidadãos por meio de um aplicativo de mensagens, a representação diplomática orientou ainda os brasileiros a não se dirigirem à embaixada.
"Putin iniciou uma invasão completa da Ucrânia. Cidades pacíficas estão sendo atacadas", disse o ministro de relações exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter.
''Este á um ato de guerra', diz Embaixada da Ucrânia no Brasil sobre invasão russa
Foto: Reuters/Valentyn Ogirenko
Em nota, a Embaixada da Ucrânia no Brasil classificou a invasão russa como um ato de guerra com objetivo de "destruir o Estado ucraniano" e ocupar o país.
'Este é um ato de guerra, um ataque à soberania e integridade territorial da Ucrânia, uma grave violação da Carta das Nações Unidas e das normas e princípios fundamentais do direito internacional", diz a embaixada.
"A Ucrânia apela à comunidade internacional para que aja imediatamente. Somente passos unidos e decisivos podem parar a agressão de Vladimir Putin contra a Ucrânia."
Bolsas europeias e asiáticas despencam; petróleo atinge maior valor em 7 anos
A invasão da Ucrânia pela Rússia derrubou as bolsas da Ásia e da Europa nesta quinta-feira (24) e fez o preço do petróleo passar de US$ 100 pela primeira vez desde 2014.
Por volta das 5h, a bolsa da Alemanha – a maior economia da Europa e muito dependente de insumos energéticos russos – caía 3,7%, para o menor patamar desde março de 2021. Em Londres, o índice FTSE 100 cai 2,6%.
A Bolsa de Valores de Moscou chegou a suspender a operações e o o rublo caiu 7% em relação ao dólar.
"O suprimento de petróleo da Rússia vai desaparecer do dia para a noite se sofrer sanções, e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não consegue produzir de forma rápida o suficiente para compensar", diz o economista Howie Lee, da OCBC.
Ucrânia diz que matou 50 soldados russos
Os militares da Ucrânia afirmaram que destruíram 4 tanques russos em uma estrada perto da cidade de Kharkiv, no leste do país, mataram 50 soldados dos inimigos na região de Luhansk e que derrubaram 6 aviões russos, também no leste do país, de acordo com a agência Reuters.
O comandante-em-chefe das Forças Armadas ucranianas, o general Valery Zaluzhni, afirmou que a ordem do presidente Volodymyr Zelensky é infligir o maior número de perdas aos inimigos e que o seu exército reage "com dignidade" aos ataques.
O governador da Crimeia, uma região da Ucrânia que a Rússia anexou em 2014, afirmou nesta quinta-feira (24) que ele deu ordens para que o canal que leva água do rio Dniper, da Ucrânia, à Crimeia seja reaberto.
Depois da anexação da Crimeia, o governo ucraniano havia cortado o fornecimento de água para a região. O canal, construído na época da União Soviética, usava a água do Dniper para abastecer a Crimeia e também a região de Kherson.
Os separatistas apoiados por Moscou em Luhansk e Donetsk dizem que querem chegar até o limite dessas regiões que, até antes da invasão russa, não controlavam totalmente.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse, sobre a crise na Ucrânia, que a Rússia é um país independente e pode tomar suas próprias decisões com base em seus próprios interesses.
Um assessor do Ministério do Interior da Ucrânia disse que um bombardeio deixou 1 morto e 1 ferido em Brovary, na região de Kiev.
Vladimir Putin alertou seu aliado belarusso Alexander Lukashenko por telefone na madrugada desta quinta-feira de que iniciaria uma operação militar contra a Ucrânia, revelou o gabinete presidencial de Belarus.
"Por volta das 5h de hoje (23h de quarta em Brasília), ocorreu uma conversa telefônica entre os presidentes belarusso e russo. Durante a ligação, Vladimir Putin informou seu colega belarusso sobre a situação na fronteira com a Ucrânia e em Donetsk", uma das duas regiões separatistas pró-Rússia da Ucrânia, informou a presidência belarussa em um comunicado.
O Kremlin não divulgou informações sobre esse contato.
Militares russos afirmaram nesta quinta-feira (24) que destruíram os sistemas de defesa antiaérea e colocaram "fora de serviço" bases aéreas na Ucrânia.
"A infraestrutura militar das bases aéreas das forças armadas ucranianas ficou fora de serviço", disse o Ministério da Defesa russo, segundo agências de notícias locais. "As instalações de defesa antiaérea das forças armadas ucranianas foram destruídas", acrescentou.
O mapa acima mostra algumas das cidades onde há relatos de ação militar russa na Ucrânia. A distribuição deixa claro que se trata de uma operação com abrangência de todo o país.
Tropas russas atacaram a Ucrânia a partir da Rússia e de Belarus e um ataque também está sendo lançado da Crimeia anexada, disse o serviço de guarda de fronteira da Ucrânia.
A Ucrânia afirmou que ataques contra unidades de guarda de fronteira e postos de controle estavam em andamento usando artilharia, outros equipamentos militares e armas de pequeno porte nas regiões ucranianas de Luhansk, Sumy, Kharkiv, Chernihiv e Zhytomyr.
Militares ucranianos afirmaram que abateram 5 aviões e 1 helicóptero russos na região de Luhansk. A Rússia declarou logo em seguida que essa informação não seria verdadeira.