Estudo elaborado por meio da base de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) combateu somente 1,3% “dos alertas emitidos de desmatamento nos anos de 2019 e 2020 na Amazônia.
Em dados precisos observados, é como se os trabalhos fiscalizatórios em toda a Amazônia Legal, que inclui Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão tivessem sido realizados apenas em 6% de toda a extensão. Os dados refletem em um trabalho feito por estudiosos de sete universidades e órgãos ligados a integridade ambiental.
Para a pesquisadora da ONG Instituto Centro de Vida (ICV), que integrou o estudo, “tal redução das atividades reflete no enfraquecimento que o Ibama vem sofrendo ao longo dos anos. Outro aspecto apontado seria a fragilização da política ambiental do país”, explica.
O estudo também destaca que nem mesmo a política criada pelo governo Bolsonaro, após pressão nacional e internacional surtiu resultado. Dos 11 municípios, incluídos como prioritários pelo Conselho Nacional da Amazônia, presidido pelo vice-presidente Hamilton Mourão, sendo eles Porto Velho (RO), São Félix do Xingu (PA), Altamira (PA), Lábrea (AM), Pacajá (PA), Portel (PA), Itaituba (PA), Colniza (MT), Novo Progresso (PA), Rurópolis (PA) e Apuí (AM) não tiveram a devida atenção.
O levantamento mostra que dos 22.583 alertas acionados nesses pontos, somente 3% foram combatidos, isso é o mesmo que 12% do território desmatado. A triste e cruel realidade revela também que 99% dos alertas feitos no país, 99% são de ilegalidade.