Em setembro de 2021, um raio atingiu três pessoas enquanto elas faziam a manutenção de uma represa em Monte Negro – Rondônia. O incidente matou um dos trabalhadores e deixou outro gravemente ferido.
Levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) em outubro apontou a ocorrência de 1,2 milhões de raios em Rondônia. A incidência corresponde a 49% dos eventos de todo o ano.
As maiores ocorrências das descargas elétricas foram averiguadas no Norte e Centro do mapa. Em Porto Velho, segundo o ELAT, a concentração de raios corresponde a 8,7 km²/ano, colocando a capital rondoniense em 791º dentro do ranking nacional e na 46º posição estadual. É raio que não acaba mais.
O município de Vilhena, alçado ao Sul do Estado é apontado como um dos maiores em proporção de raios por km²/ano. O município ocupa a 306ª posição nacional e a 15ª colocação estadual, são 15,01 km²/ano. O levantamento é referente aos anos de 2016 e 2019 cooptados pelo Centro de Ciências do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Com 77,8 milhões de descargas no solo a cada ano, o Brasil lidera a taxa de raios no planeta. Boa parte dos fenômenos são comprovados na região do Amazonas, numa área de 25 km² próximo a Manaus.
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
São cerca de 250 raios por dia, que segundo o ELAT, estão associados com a proximidade da Linha do Equador, onde existe uma latitude de altas temperaturas, e cenário de choque permanente de massas de ar do Hemisfério Norte e Sul. Outro atrativo é a presença de floresta e rios.
Diagnostico produzido por pesquisadores do Grupo de Eletricidade Atmosférica prevê um aumento maior no número das descargas elétricas no Brasil. A projeção para os anos de 2.081 e 2.100 será de 100 milhões de raios por ano. Na região Norte, o aumento corresponde a 50%. Os raios também tem provocado a mortes de milhares de pessoas, o país ocupa o sétimo lugar em casos, uma média de 110 mortes/ano.
Para quem acredita que ser atingido (a) por raio é algo inimaginável, é bom retirar literalmente o “cavalinho da chuva”. Para o Inpe, “a probabilidade de uma pessoa morrer por um raio no Brasil ao longo de sua vida é de uma em 25 mil, em média, ou seja, é mais fácil que ser mordido por um cachorro”.
Só neste século 2.194 pessoas perderam a vida por conta das descargas elétricas. Os dados fazem parte de uma matéria sobre mortes por raios realizada pela equipe técnica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), unidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).