As festas de final de ano tão esperadas por nós, meros mortais, para os nossos melhores amigos, os pets é algo terrível. Os estampidos provocados pelos explosivos, além de deixar cães e gatos em pânico, é uma das principais causas do desaparecimento deles.
A triste informação é que muito bichos quando não somem, simplesmente são mortos por atropelamento. Na noite de Natal, a autônoma Dalva de Souza teve a casa invadida por um cachorro.
“Ele estava atordoado, em pânico por conta dos fogos. Acredito que fugiu de algum quintal. Além disso, o animal estava com ferimentos em uma pata”, descreve.
De acordo com especialistas, a pressão psicológica produzida pelos fogos de artifício, que em humanos acontece de forma natural, para os pets tem um efeito assustador.
Mas, qual o motivo dos animais terem tanto medo de fogos? A pergunta foi respondida pelo médico veterinário José Eduardo, da “Confraria das Patas”, na zona sul. “O som estridente dos explosivos é entendido pelos animais como um alerta de perigo, fazendo com que eles usem o extinto para fugir de possíveis ameaças”, explica.
Além disso, com o tempo, os animais começam a associar o barulho dos fogos que sempre ocorrem em datas comemorativas a desordem, o que acaba implicado em outras doenças como o estresse. Ansiedade, tremores, taquicardia, excesso de choro, ladrar e latir, são outras enfermidades ligadas aos explosivos. Existe o registro até da morte do animal.
Dócil, hiperativo e bastante companheiro, esse é Tarô, da reaça Spitz Alemão de 2 anos. Assim que começou a queima de fogos a meia noite do dia 25, a dona se viu em apuros. “Tarô ficou muito assustado corria de um lado para outro, principalmente quando ouvia aquele foguetinho de vara que emite um som que lembra um assovio. Aquilo é horrível para eles”, queixa-se a tutora, Manuella Fonseca.
Estudo aponta que os pets são dotados de um ouvido super aguçado. Nos cachorros, a audição pode chegar até 40.000 hertz, o que seria a frequência das ondas sonoras que passam pelos ouvidos deles. Nos gatos a audição é 20% mais apurada que em cães, ou, seja o efeito nos bichados é devastador.
Dicas importantes podem ajudar os donos a lidar dos pets nesta temporada. Certifique que os portões da sua residência estejam devidamente fechados para que não haja possibilidade de fuga durantes as explosões.
Com relação aos gastos, é importante que os donos os tranquem ou mantenham amarrados até que tudo se acalmar. Mantenha os pets com coleiras onde estejam o nome e endereço, isso vai facilitar a identificação do seu animal no caso dele se perder e vier a ser devolvido. Se o cão for filhote, é preciso que o tutor passe acostumá-lo com o cenário.
Apaixonada por animais, a empresária Juliana Polli enumera algumas técnicas que ela mesma costuma desenvolver com seus pets nestes períodos festivos.
“Eu não deixo meus animais sozinhos. Ligo a televisão em um volume razoável, fecho as janelas e portas, procuro ligar o ar-condicionado para poder ajudar abafar o barulho externo e tento acalmá-los, porque se não a energia do dono acaba passando para os bichos. Esse é o procedimento que eu costumo fazer”, explica.
A reportagem questionou alguns tutores se eles seriam a favor da criação de um Projeto de Lei pela Câmara de Vereadores de Porto Velho ou até mesmo partindo do chefe do Executivo incentivo ao uso consciente dos explosivos durante as festas de fim de ano. Um ponto de partida seria o manuseio de fogos menos barulhentos.
Outro motivo, distante dos animais é que os explosivos são uma tortura para crianças autistas que possuem hipersensibilidade auditiva, assim como para idosos e pessoas doentes. “Depende, se não fizer tanto ruído e não causar outros danos devido a omissão dos ruídos sim. Mas também fica a pergunta: pra que rojões se não tem som? É difícil”, indaga a tutora de cães Alice Thomaz.