Um levantamento realizado pelo Núcleo de Análise do site Metrópoles, trouxe um dado chocante a respeito da vacinação contra a Covid-19 no Brasil em militares. Pouco mais de 76,2 mil policiais militares e bombeiros não tomaram se quer nenhuma das doses dos imunizantes, comprovadamente eficazes contra a doença que já matou no Brasil mais de meio milhão de pessoas desde março do passado.
A pesquisa aponta que a vacinação nesse público está abaixo dos 81%. O Índice é o atual número das pessoas acima de 12 anos que recebeu ao menos uma dose das vacinas. Dos quase 800 mil servidores que integram as forças Segurança Pública no Brasil, estima-se, que 76.283 desse contingente, até a primeira semana de outubro não haviam buscado os pontos de vacinação, totalizando cerca de 9,85%.
Amapá (66,2%), Santa Catarina (68,9%), Piauí (79,7%), Rondônia (74,3%), Tocantins (73,2%), Roraima (73,6%) e Rio Janeiro (72,3%) são os estados em que existem maior recusa de militares contrários aplicação da vacina neles. Ainda de acordo com a publicação, unidades federativas abaixo da média nacional de vacinação integram a lista.
Já os estados em que a procura por vacina é mais alta entre os militares está o Acre (51,7%), Paraíba (53,2%) e Paraná (53,1%). Este último com 25.073 policiais, 11.753 PMs não se vacinaram.
No estado do Maranhão que conta com 22.723 militares, apenas, 45% dos membros de segurança e salvamento estão imunizados, a federação é última da lista. O Plano Nacional de Imunização (PNI) inclui justamente as forças de salvamento e segurança dentro do grupo prioritário da vacina.
Os dados, segundo o doutor em administração pública e governo (EAESP/FGV) e associação ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública Alan Fernandes, revelam a realidade dos quartéis brasileiros, em grande parte influenciados pelo negacionismo contra a vacina e ciência e aliados à ideologia do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Ainda de acordo com Fernandes faltaram medidas estaduais para frear a baixa adesão, ele cita a obrigatoriedade determinante em alguns locais do país. “A questão pública de saúde é maior que a questão individual. E se você não consegue fazer uma gestão sobre essa população, que está no funcionalismo público, me preocupa esse cenário na população em geral”.
Com informações do site Metrópoles