Em agosto deste ano, foram lançados dois ETFs (fundo de índice) com 100% de exposição ao Ethereum. O mercado cripto vem crescendo bastante em 2021: para se ter ideia, o ether (ETH), criptomoeda ativa da rede Ethereum, registrou um crescimento acima de 1.400% no primeiro semestre de 2021.
Até 18 de agosto, foram captados R$ 113,11 milhões. Com a adição dos dois ETFs na B3, já são cinco fundos de criptomoedas disponíveis na Bolsa de Valores brasileira.
ETHE11
O primeiro ETF lançado foi o ETHE11 (Ethereum Reference Price Fundo de Índice), gerido pela Hashdex. O fundo espelha o offshore Hashdex Nasdaq Ethereum ETF e teve oferta coordenada pela XP Investimentos, pelo Itaú BBA e pelo Banco Genial.
A taxa de administração do ETF é de 0,7% ao ano com aplicação inicial de R$ 50. O CTO da Hashdex, Samir Kerbage, aponta que o Ethereum é uma das principais plataformas e o seu token, o ether, é o combustível da nova internet e das novas tecnologias.
QETH11
O QETH11 (QR CME CF Ether Reference Rate Fundo de Índice) também foi lançado em agosto na B3 e tem 100% de exposição ao ether. O fundo foi comercializado na B3 pela QR Asset Management, gestora de recursos da QR Capital.
A taxa de administração no QETH11 é de 0,75% ao ano, com aplicação inicial de R$10,00, de acordo com a variação de mercado.
O fundo de índice QETH11 é o primeiro ETF com 100% de exposição ao token do Ether (ETH), uma das redes mais importantes para o desenvolvimento do mercado cripto. O QETH11 seguirá o CME CF Ether Reference Rate, índice da Chicago Mercantile Exchange.
Segundo o CEO da QR Capital, Fernando Carvalho, o ether é um ativo consolidado no mercado, sendo uma boa opção de investimento para diversificação da carteira de ativos. O executivo enfatiza que bitcoin e ether juntos possuem mais de US$ 1 trilhão de valor de mercado, o que representa dois terços do mercado cripto.
O que é o Ethereum?
O Ethereum é um software de código aberto baseado na tecnologia blockchain, que possui sua própria criptomoeda, o ether. Atualmente, o ether é a segunda maior criptomoeda do mercado, com quase R$ 1,63 trilhão em capitalização de mercado.
Esse sistema surgiu em 2015 com a ideia de amplificar o uso do blockchain para além do bitcoin, promovendo aplicações mais amplas e não simplesmente criptomoedas. O ether não é limitado, novos tokens são gerados através da mineração, que acontece de forma semelhante ao bitcoin.
Em 2021, o ether chegou a ser negociado por US$ 4,13 mil e em agosto estava sendo negociado por mais de US$ 3 mil. Até o momento, o ativo já valorizou mais de 300% este ano.
O que é uma ETF e qual é a importância de ETFs de criptomoeda na B3?
ETF é a sigla em inglês para Exchange-Traded Fund, que na tradução para o português significa “fundo negociado na Bolsa de Valores”. O ETF é um fundo de investimento que se baseia em um índice da bolsa de valores, como o Ibovespa, por exemplo.
Esses fundos são compostos por ativos financeiros, que são administrados por uma gestora e têm grupos de investidores por trás. Para investir no ETF, o investidor deve comprar uma cota de participação do fundo; o processo é igual ao que acontece nos outros fundos de investimentos.
O lançamento dos ETFs marca a história da renda variável e do mercado cripto no Brasil. Com isto, o ether se torna o segundo maior criptoativo do mundo em questão de valor e acesso aos investidores brasileiros. Com os lançamentos, o Brasil sai na frente dos Estados Unidos nessa corrida de ETFs de criptoativos.