O sobrevoo de um drone revelou queimadas em uma área que vinha sendo desmatada nas terras dos índios Uru EU Wau Wau. A imagem se espalhou pelo mundo e contribuiu para que equipes de fiscalização pudessem identificar os pontos críticos dos incêndios.
No Acre, o equipamento também foi crucial nas ações repressivas. “O drone possibilita fazer isso no agora, né, no já. Hoje eu consigo produzir uma imagem e utilizar no monitoramento da fiscalização que nós fazemos no estado do Acre”, explica o policial militar ambiental, Kleilson Albuquerque.
A partir da experiencia com os desastres ambientais pelo fogo, o drone passou a ser visto como uma arma contra aqueles que insistem em destruir o bioma amazônico. Com o equipamento é possível observar a direção em que o fogo está examinando a fumaça e monitorando áreas já incendiadas, mas que podem ser queimadas novamente.
O drone também pode ser usado para quantificar a devastação. Na prevenção de áreas verdes e em situações de conflitos permitindo com que grupos desenvolvam os serviços em segurança. “Agora podemos mostrar baseados em provas, a real situação dos crimes ambientais ao governo que tanto nos descredita. Levantamos o drone, capitamos as imagens das invasões e os danos causados”, declara a coordenadora da Associação de Defesa Etinoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira.
Durante uma capacitação cerca de 38 pessoas estão sendo treinadas, serão elas que irão manusear o equipamento, contribuindo com as fiscalizações. Em 2019, uma das participantes era a índia Juwi ameaçada de morte, justamente por denunciar ações de grileiros nas terras indígenas. “Hoje podemos dizer que o drone é um auxílio a mais nessa luta árdua que é proteger o nosso território, contribuindo com provas para enviar para os órgãos públicos competentes”, afirma.
Com o auxílio da ferramenta, as instituições pretendem unir o custo benefício, ampliando o raio das fiscalizações sobretudo nas áreas protegidas por lei alvos da ação de grileiros e madeireiros.
Ministrado pela Organização Não Governamental WWF Brasil, o treinamento inclui policiais militares ambientais e representantes indígenas de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima e Pará.
“Organizamos esse segundo curso de treinamento básico de três dias, onde as pessoas que nunca tiveram contato com um drone começam a conhecer a ferramenta e a fazer algumas operações para entender o entorno na qual irão trabalhar”, esclarece o representante da WWF Brasil, Oswaldo Barassi Gajardo.