Um estudo inédito liderado pelo Sistema de Monitoramento de Exploração de Madeira (Simex) ligado ao Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com o apoio do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imalfora) e Instituto Centro de Vida (ICV) aponta, que a floresta Amazônica perdeu em três anos, o equivalente a uma área três vezes maior que a cidade de São Paulo.
Rondônia concentram a 3ª maior área de exploração de Madeira na Amazônia
No monitoramento realizado por meio de satélites, estima-se, que 465 mil hectares de madeira foram explorados entre 2019 e 2020. O estado do Mato Grosso, com 236 mil hectares explorados, cerca de 50,8%. O estado responde pela maior parte do crime ambiental.
Na sequencia dos estudos estaciona o Amazonas, com 71 mil hectares (15,3%) e Rondônia, na terceira posição, com 69 mil hectares, o equivalente a 15% da devastação.
Dez municípios mais explorados
Com 29.646 hectares usados, o município de Porto Velho (RO) ocupa a 3ª categoria listando entre os dez onde mais se retirou madeira da floresta Amazônica no período de 2019 a 2020. Mas o líder em exploração é Aripuanã, no Mato Grosso, com 30.666. Entre os dez, sete são municípios do estado. Na décima ocupação está Paragominas (PA) com 12.879 hectares. Juntos esses municípios foram responsáveis por 198.513 hectares explorados.
Tayane Carvalho, pesquisador do Idesam, explica que “as terras não destinadas são área públicas que não tiveram sue uso decretado. Elas não têm autorização para serem exploradas e ficam susceptíveis a ações de ilegalidade”.
A pesquisa revela que a maior parte das explorações ocorreu, em imóveis rurais cadastrados, respondendo por 362 mil hectares. Os assentamentos rurais responderam por 19 mil hectares (4%), nos vazios fundiários, 17 mil hectares (4%), e nas terras não destinadas, 12 mil hectares (3%). (Fonte: Imazon)
Das dez terras indígenas mais exploradas, duas estão em Rondônia, Tubarão Latude, com 2.242 hectares, na 4ª posição. E Rio Omerê na 7ª com 1.065 hectares.
Entre as unidades de conservação, o Parque Estadual de Corumbiara surge na 5ª posição com 343 hectares. Já das Unidade de Conservação de Uso Sustentável, das cinco mais exploradas, três estão em Rondônia: Resex Rio Preto Jacundá (RO), com 2.825; a Flora de Jacundá (RO) com 2.737 e a Flona do Jamari (RO) com 1.237 hectares devastados.
A instituição também questiona da dificuldade de acesso aos registros de manejo pelos estados, como impedimento para a checagem da legalidade da exploração, sendo apenas possível no Mato Grosso e o Pará. Os outros estados ficaram de enviar relatórios assim que estiveram eles em mãos.