CANDEIAS DO JAMARI, RO – A 17ª Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em Rondônia, foi surpreendida com a notícia de que equipes do órgão estariam realizando vistorias em propriedades de parte das linhas da Vila Nova Samuel.
A informação foi negada, nessa quinta-feira (26), ao Jornalismo Investigativo do NEWSRONDÔNIA que entrou em contato com o Departamento de Desenvolvimento daquela Autarquia por volta das 15h. Na ocasião, obteve da chefia que, ‘nossos servidores dessa área, se encontram entregando documentos no interior do Estado’.
De acordo com interlocutores de outros Departamentos instados – os nomes e funções não serão revelados pela reportagem -, ‘as equipes que foram ao interior integram uma força tarefa e seria impossível estarem em dois lugares em simultâneo’, aduziram as fontes bastante preocupadas com esse tipo de informação.
Conforme levantamento feito pelo Núcleo de Jornalismo Investigativo deste site de veiculação de notícias, ‘não é só na Vila Mona Samuel que nomes de supostos servidores do INCRA aparecem como se fossem servidores destacados para alguma missão por lá’.
Nas informações elencadas por agricultores assentados pelo INCRA ao menos duas décadas e repassadas à reportagem constam, ainda, que, ‘a partir dessa quinta 26, todos os lotes das Linhas 13, 21, 35 ao 60 começariam a ser vistoriados’. O que foi desmentido pelo Departamento de Desenvolvimento, anteriormente, ocupado pelo engenheiro florestal Francisco Ubiratã.
Conforme disseram habitantes do Vilarejo Porteirão – espécie de núcleo de assentamento rural não oficial fincado na Linha 35 com a Linha 21 -, ‘por aqui, aparecem gente graúda usando nomes de servidores da alta cúpula do INCRA, como também, de delegados civis e da Polícia Federal’.
– Talvez, para causarem medo e aflição nas pessoas daqui, desabafa um pequeno comerciante da Linha 45.
Segundo ele, ‘não é de hoje que esse tipo de caso acontece em que pessoas bem vestidas, outras usando uniformes policiais e armados, de dia e em altas horas aparecem e realizam supostas operações de combate a crimes ambientais’.
Em julho passado, um grupo de homens em uma camionete sem identificação fez ‘operações’ em várias linhas vicinais e estradas ao longo das linhas usadas por madeireiros. Segundo relatou a mesma fonte, foi ‘caminhões toreiros foram parados e levados escoltados até uma serraria’, sem que o motorista fosse notificado.
Esse tipo de situação, de acordo com habitantes mais esclarecidos do eixo central que leva às áreas de litígios ainda não resolvidos das Linhas 21 e 21, já teria sido relatado às autoridades municipais, estaduais e federais. Porém, por falta de representatividade empresarial, ‘transportadores de cargas noturnas terceirizados por serrarias, tem sofrido esse tipo de constrangimento considerado ilegal, até aqui’.