Porto Velho, RONDÔNIA – “Botar os bondes nas ruas através de pichações em paredes’, seria dessa forma que algumas crianças e adolescentes que frequentam espaços de lazer e entretenimento em parte de condomínios populares encontraram para, supostamente, justificar o aumento do número de sua presença (?) nas ruas da cidade. Em grupos isolados e/ou profusão de dissidências, células de facções criminosas, muitas das quais, já conhecidas das autoridades, nas últimas semanas, mais que dobraram o ‘marketing criminal’ em meio à suposta disputa de espaço em muros e paredes dos prédios e esquinas de ruas e residenciais do Minha Casa Minha Casa nesta Capital.
É o caso do Orgulho do Madeira, Morar Melhor, Crystal da Calama, Porto Madeiro e Cidade de Todos, onde muros dos imóveis são pichados por membros de facções, com destaque em sobreposição para PCC, PCP, CV e outras ainda desconhecidas.
Em forma de atuação ainda não definida, pelo menos isso é que o Jornalismo Investigativo do NEWSRONDÔNIA constatou por alguém da ‘Tudo 2’, que escolheu muros de um residencial privado localizado na Avenida Cahulla com a Rua Humaitá, para também expressar uma suposta presença na área.
Porém, viria tendo mensagens adulteradas por concorrentes mais ou menos visíveis no submundo do crime regional. Entre pichações, com recado apelante e agressivo demais do tipo “Não Roubar” e “Pega a Visão”, supostas células que atuariam no Residencial “Crystal da Calama”, Zona Leste, a mais afastada da cidade, segundo a Assistente Social Francisca da Silva, 56, ‘tentam intimidar correntes contrárias, ter voz e voto’. – E mais no que expressariam um suposto domínio sobre as parcelas de crianças e adolescentes, possivelmente, recrutados, ela concluiu.
Esse tipo de 'marketing’ criminal não e de hoje que existe e se espalha por prédios privados e públicos. Geralmente, autores seriam desconhecidos. Porém, a parte maior, é conhecida de policiais conforme é investigada e seus potenciais membros detidos e/ou presos, reconhece policial aposentado no Parque Amazônia, na divisa com o bairro Mariana.
A existência de supostas células entre bandos e/ou facções já conhecidas do tipo Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV), PCP, FDN (Família do Norte, cujo epicentro de comando é Manaus, AM) ou mesmo células desconhecidas, ‘não seria, totalmente, estudadas pelas autoridades’, admite Francisca da Silva.
Em seu ponto de vista, ‘o poder público pode até querer fazê-lo, mas, esbarraria na vontade de se fazer acontecer’, ela pondera. Mais adiante, Da Silva, diz que, ‘enquanto autoridades, servidores pagos para isso, continuam adormecidos pondo em marcha políticas infrutíferas’ – como as de combate às drogas no Brasil e no mundo.
Ela aponta, ainda, que, a intenção é se combater a criminalidade ainda enquanto o ente quando criança e/ou na adolescência, ‘é o grande caminho a ser percorrido’. Segundo Da Silva, ‘trata-se de uma atribuição dos chefes de governo colocar infra-estrutura nas ruas, nas escolas e na base familiar’ – ter um caráter didático para tal.
Para profissionais liberais fora do contexto governamental ouvidos pela reportagem, entre os quais, um ex-delegado de Polícia Federal que já atuou em Rondônia nos anos 80, ‘pichações dessas facções em muros e paredes podem, igualmente, expressar previsão de derrotas em territórios da criminalidade’.
– Essa facilidade em pichar mensagens, algumas delas indizíveis, indicaria alguém, minimamente, fracassada em objetivos de vida e/ou mesmo de alguém que se aproveita da fragilidade do poder público em insistir sempre está ausente na primeira ação e atitude de Estado, assinalou a fonte.
“Botar os bondes nas ruas’, que a reportagem ouviu de supostos entes ligados a facções na periferia desta Capital, uns e outros reunidos em quadras de esporte, por exemplo, no residencial Crystal da Calama, conforme declarou o consultor João Roberto, ‘nada mais seria do que recado dado a cidadão comum em forma de intimidação velada’.
E justifica: “Talvez, em estado de fraqueza, tais ‘slogans’ partiriam de bandidos experientes à solta e que, logo após saírem da cadeia, intencionariam não se intimidar por facções concorrentes em ambientes que dominariam’ – como na periferia das cidades’.
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