A notícia que uma falsa médica estava atuando em um dos hospitais de Campanha em Rondônia (CERO), caiu como uma bomba, desde o momento em que a assessoria de comunicação do governo, acionou a imprensa para uma coletiva de imprensa, no intuito de trazer mais informações sobre o caso.
Por volta das 11h de segunda-feira (19), a coletiva se inicia com a presença de secretário de Estado e Saúde, Fernando Máximo, Robinson Machado, presidente do Conselho Regional de Medicina, Dr. Lucas Levi, Conselheiro e Chefe de Fiscalização do CREMERO, Silvio Rodrigues, Superintendente Estadual de Gestão de Pessoas – SEGEP e o delegado Swami Otto, titular do Núcleo de Combate a Defraudações.
Durante a coletiva, foi narrado o modus operandis da mau profissional, mas não a identificação, e nas redes sociais, internautas se perguntavam quem seria a Bahiana, que chegou em Rondônia colaborar na saúde, mas na verdade, não possuía certificação para atuar como médica.
Partindo do princípio da transparência, no mesmo momento em que era realizada a coletiva de imprensa, este nobre jornalista investigativo recebia de uma fonte, os dados que apontava o nome da mau profissional.
Em transparência, uma busca implacável no site da transparência do governo foi levantada. Até que chegamos ao nome da "médica".
Contratada desde a data de 19/04/2021, em Caráter Emergencial, Neide Carneiro de Araújo, não possui o registro junto ao Conselho Regional de Medicina de Rondônia e da Bahia, apesar de ter sido informado pela mau profissional, o registro no Estado da Bahia, com número 38576-BA.
Segundo fontes, constam que ao apresentar os documentos necessários para ingressar na saúde de Rondônia, Neide foi designada para atender no Hospital de Campanha como Médica Clínica Geral, cumprindo as escalas, sempre no bloco 3, que é a enfermaria, onde ficam os pacientes internados que não estão em situação grave.
Neide afirmava que tinha residência em medicina de Família, mas foi notado que durante os procedimentos, ela demonstrava certa insegurança. Como ela tinha acabado de ingressar no hospital, esses médicos não atuam sozinhos, e ficam sempre supervisionados por médicos mais experientes.
Que durante os quases três meses, Neide não tenha causado dano e/ou prejuízo a saúde de algum paciente. Segundo documentos, do mês de maio a julho, Neide custou aos cofres públicos cerca de R$ 80.756,72, inclusive, há uma adiantamento de 13º no valor de R$ 3.469,58
Constam nos autos que Neide, conscientemente se inscreveu e tomou posse como médica, mesmo sem ter concluído o bacharelado em Medicina, e para ingressar em Rondônia, utilizou de documentos falsos.
Em vias de consulta ao Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia, CREMEB, não consta sequer, o número de inscrição. Ainda em pesquisa por dados da Bahia, Neide chegou a ser convocada, pois foi aprovada no 30º Processo Seletivo para provimento de Bolsas para Residência Medicina de Família e Comunidade da Fiocruz, em parcia com a FESF-SUS, pela Fundação Estatal Saúde da Família – BAHIA. É provável, que essa mesma documentação falsa, no ano de 2020 tenha sido apresentada por lá. Tanto é que o delegado Swami Otto, cita em coletiva de imprensa que Neide estava sendo alvo de um inquérito da Polícia Federal naquela comarca.
Vale ressaltar, que o CRM de Neide, como também o documento da Instituição de Ensino Superior, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública não são verdadeiros, e mesmo assim, ela se inscreve, de forma consciente para assumir o cargo de Médico Clínico Geral em Rondônia, não restando dúvidas sobre o preenchimento do fumus comissi delict – a comprovação da existência de um crime e indícios suficientes de autoria.
Ao governo do Estado, restou afastar a servidora, apurar toda responsabilidade e a devolução de valores recebidos pela prestação de serviços irregular.
Inquérito policial instaurado e Neideresponderá com crimes de exercício ilegal da medicina, estelionato e uso de documentos falsos. Desde sábado 19 de Julho, ela não pode acessar qualquer hospital público, particular, salvo na condição de paciente, e está proibida de se ausentar desta Comarca sem autorização judicial.
Todo essa denúncia só foi possível graças ao empenho dos profissionais do CREMERO, que realizam fiscalizações em vários setores da Saúde do Estado. Durante a coletiva de imprensa mesmo, foi notório perceber na fala do presidente Robinson Machado, que tal conduta da falsa médica poderia ser identificada ainda no processo de admissão, se houvesse um cruzamento de dados entre governo e o conselho.
Depois desta, é a hora de subir o tom e realizar uma intensa fiscalização, e se possível, checar cada um dos médicos que foram contratados, para que eventos dessa natureza não coloque em dúvida o trabalho dos verdadeiros médicos que estão em linha de frente combatendo esse vírus que deixa um rastro mortal na vida dos Rondonienses e brasileiros.