O Coletivo Rondônia que viabiliza as ações dos indígenas no estado, no sul do Amazonas (AM) e noroeste do Mato Grosso (MT) no combate à Covid-19 publicou nas redes sociais um sonoro repúdio quanto a uma manifestação do senador, Marcos Rogério (DEM), durante participação na oitiva da “CPI do Senado” que apura os gastos com a Pandemia do Covid-19.
Rogério ganhou, hoje (24), as páginas dos jornais e dos perfis nas redes sociais por discutir com o epidemiologista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Pedro Hallal. Na ocasião, o representante rondoniense perguntou ao pesquisador se Pedro esteve presente em alguma aldeia indígena para colher os dados apresentados que apontam os índios como maiores vítimas da doença no país.
Em resposta, Hallal informou que o estudo se baseou em entrevistas a pessoas que se autodeclararam indígenas e em inquéritos epidemiológicos. Em determinado momento, Marcos ‘inflamou’ ao dar a entender se os autodeclarados índios poderiam ser verdadeiramente índios, já que não vivem em aldeias e sim em cidades urbanas.
A manifestação sobre a auto-declaração proferida soou como um deboche entre ativistas das causas dos índios no país. Entre uma publicação e outra, o coletivo Rondônia diz que lamentou o posicionamento do senador e apontou manifestação racista.
“Repudiamos o pronunciamento anti-indígena do Sen. Marcos Rogério, ao questionar na CPI os direitos indígenas por meio da autodeclaração. Lamentamos que os membros do legislativo ganham protagonismo por meio de falas racistas pelo segundo dia seguido”, diz a publicação.
Vale lembrar que a autodeclaração é direito constitucional assegurado em leis brasileiras e normas internacionais das quais o Brasil é signatário.