Até as 9h30, 17 pessoas foram presas: oito em Manaus, duas em São Paulo e sete no Rio de Janeiro. Investigados na operação também são suspeitos de enviar mais de R$ 126 milhões para fortalecer facção criminosa no Amazonas e comprar armas e drogas. A ação conta com o apoio da PM do RJ.
Duas pessoas morreram durante operação das polícias civis do do Rio de Janeiro, do Pará e do Amazonas, que conta com o apoio da Polícia Militar do Rio, nesta sexta-feira (18), para tentar prender um dos chefes do tráfico do Comando Vermelho mandante dos ataques em Manaus, no Amazonas. As informações foram confirmadas pela Polícia Civil do Rio.
Segundo a polícia, Mano Kaio, que seria o mandante dos ataques, está escondido no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio. Além do Rio, a operação acontece em São Paulo e também no Amazonas.
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Os investigados são suspeitos de enviar mais de R$ 126 milhões para fortalecer facção criminosa no Amazonas e comprar armas e drogas. Durante a investigação, a polícia ainda identificou que a estrutura de lavagem de dinheiro também favorecia criminosos da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
Até 9h30 desta sexta, 17 suspeitos tinham sido presos na Operação Coalizão pelo Bem, como é chamada pela Polícia Civil do Rio: 8 em Manaus, 7 no Rio de Janeiro e 2 em São Paulo.
Entre os presos no Rio de Janeiro, 2 são do Amazonas e 4 são do Pará. A polícia investiga se chefes de facções de outros estados também se esconderam no complexo da Penha.
O Amazonas viveu uma onda de violência entre 6 e 8 de junho. Ônibus, delegacias, viaturas policiais, ambulâncias, prédios públicos e agências bancárias foram incendiadas e alvo de tiros. A série de ataques aconteceu após a morte de um traficante em ação da polícia local.
Outras nove cidades também foram alvo de ataques. Houve reflexos no comércio e nas aulas em colégios públicos e particulares e até a vacinação contra a Covid foi suspensa.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, 74 pessoas foram presas e 2 adolescentes apreendidos desde o início dos ataques. Tropas da Força Nacional, com 144 homens, chegaram ao estado para reforçar a segurança e atuam desde o dia 10 de junho.
Moradores relatam barulho de tiros durante operação
Nas redes sociais, moradores de favelas no Sul do Rio relatam tiroteios e dizem que não estão conseguindo sair de casa. De acordo com o aplicativo Onde Tem Tiroteio, por volta das 6h45 havia registro de tiros ouvidos na Rua Canitar, uma das principais vias do Complexo do Alemão. Criminosos atearam fogo em barricadas para dificultar o acesso da polícia na comunidade.
Agentes do Departamento Geral de Combate à Corrupção, Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro visam cumprir 18 mandados de prisão temporária e 35 mandados de busca e apreensão nos três estados.
Ao todo, 200 homens da Polícia Civil e 400 da Polícia Militar participam da operação. Agentes do Pará e do Amazonas também compõem a força-tarefa.
A Polícia Militar atua com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Choque, Grupamento Aeromóvel e Batalhão de Ações com Cães (BAC).
Comando Vermelho do Amazonas
As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro identificaram uma forte ligação entre o grupo criminoso do estado e seu braço no Amazonas, autointitulado “Comando Vermelho do Amazonas” (CVAM).
Os membros dos grupos criminosos se valiam do sistema bancário e de empresas de fachada para a remessa de valores do Rio de Janeiro para o Amazonas, conforme a investigação. Em um ano e meio os valores arrecadados pela quadrilha teria superado R$ 126 milhões, segundo a Polícia Civil do Rio.
A quantia era usada para o fortalecimento da facção no Estado do Amazonas, para a aquisição de armas e drogas para o grupo criminoso do Rio de Janeiro. A pedido dos investigadores, a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de R$ 126.984.934,67 em contas bancárias dos suspeitos e de empresas supostamente envolvidas com as facções.
Os membros dos grupos criminosos se valiam do sistema bancário e de empresas de fachada para a remessa de valores do Rio de Janeiro para o Amazonas, conforme a investigação. Em um ano e meio os valores arrecadados pela quadrilha teria superado R$ 126 milhões, segundo a Polícia Civil do Rio.
A quantia era usada para o fortalecimento da facção no Estado do Amazonas, para a aquisição de armas e drogas para o grupo criminoso do Rio de Janeiro. A pedido dos investigadores, a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de R$ 126.984.934,67 em contas bancárias dos suspeitos e de empresas supostamente envolvidas com as facções.