O recrutamento de voluntário para participar dos estudos clínicos da ButanVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e um consórcio internacional, contra Covid-19, teve início na quarta-feira, (16).
O recrutamento dos interessados começar assim que o Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) conceder autorização para o processo. O Instituto afirma que isso deve ocorrer muito em breve.
Os interessados em participar de testes com essa vacina podem se inscrever por meio do site do Instituto. Os interessados devem ter acima de 18 anos. Podem fazer parte aquelas pessoas que já foram vacinados.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, neste momento, apenas a realização da fase A, a primeira etapa dos testes em humanos, da qual vão participar 418 voluntários. Os testes serão realizados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
A ButanVac é a vacina do Instituto Butantan contra a Covid-19 que será completamente produzida no Brasil com insumos nacionais. Ela é fabricada a partir da inoculação de um vírus modificado que contém a proteína S do SARS-CoV-2 em ovos embrionados de galinhas – a mesma tecnologia usada na produção da vacina contra a influenza (gripe). Além de ser barata e muito disseminada, especialmente em países emergentes, essa técnica é uma especialidade do Butantan: o instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos.
A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor nesta vacina é o da doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Por esta razão, ele se desenvolve bem em ovos embrionados, o que permite eficiência produtiva, e não causa sintomas em seres humanos, sendo uma alternativa muito segura. Além disso, o vírus é inativado para a formulação, facilitando sua estabilidade e deixando a vacina ainda mais segura.
Por usar uma tecnologia barata, segura e usual entre fabricantes de vacina no mundo todo, a ButanVac tem potencial para mudar o cenário de combate à Covid-19, especialmente em países em desenvolvimento.
Com informações do Instituto Butantan