A Exposição Permanente de Rita Queiroz, denominada Andando pelas Picadas, que traz a Coleção Descamação Celular, precisa urgentemente ser amparada pelo Conselho Curador, ato normativo previsto na Lei 3.964, que podemos chamar de Lei da Rita. A referida Lei prevê a criação de um Conselho, com a presença de um membro da família da artista, para cuidar e administrar o acervo da coleção, composto por mais de dois mil itens.
A Lei data de 2016, mesma ocasião da inauguração da exposição nas dependências do antigo Palácio Getúlio Vargas, que hoje abriga o Museu da Memória Rondoniense. O acesso à exposição está bloqueado, em função das restrições impostas pela pandemia. Por conta disso todo material está exposto à deterioração, uma vez que muitas peças são constituídas de tecido e outros materiais que precisam de ventilação adequada, como o funcionamento do ar refrigerado e circulação de ar.
A artista não sabe explicar porque os órgãos responsáveis pela cultura no estado estão demorando tanto para finalizar a regulamentação da exposição. Segundo ela, a criação do Conselho Curador é uma das providências que já deveriam ter sido tomadas desde o primeiro ano. Ela destaca que além disso, outras providências que deveriam ter sido tomadas, como a conclusão do inventário e o tombamento ainda não foram feitos. “Eu gostaria muito de ver esses trabalhos concluídos e não ter mais preocupação com relação a isso”, diz.
Segundo ela, depois dos projetos desenvolvidos junto à exposição a partir da Lei Aldir Blanc, “a exposição tem tudo para ganhar mais visibilidade e se for bem divulgada, como prevê o artigo 10º da lei, que diz haverá a promoção de ações educativas, divulgar e incentivar a visitação com estratégias de comunicação para a sociedade e turistas, logo estará no roteiro daqueles que visitam Porto Velho, sejam pessoas vindas do interior, como dos demais estados e até mesmo do exterior”.
“Este ano completa cinco anos que fizemos a doação e até agora quase nada foi feito pelo poder público, infelizmente. Mas ainda espero ver o governo estadual acolher aquele trabalho, que é um legado que deixo para os mais jovens”, diz esperançosa. Rita Queiroz está com 84 anos e recentemente executou meia dúzia de projetos da Lei Aldir Blanc, capitaneados pela Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel). Os trabalhos podem ser vistos no canal da artista na plataforma You Tube. E provavelmente em julho ela fará o lançamento do livro Andando pelas picadas – Arte e vida da artista plástica Rita Queiroz.