No altar, eles são pessoas respeitadas, que possuem o dom de se comunicar exclusivamente com Deus. Com palavras de auto-ajuda, dons de cura e milagres, eles dominam o templo – estamos falando de líderes religiosos.
Casos envolvendo assédio e estupros praticado por esses que se dizem pastores, bispos, reverendo e afins, lamentavelmente tem se tornado um crime abafado, pela liderança maior da igreja.
Em muitos casos, essas vítimas buscam refúgio das suas almas nas igrejas. No início, são amparados com grande amor e envolvidos numa "Graça", onde parecem que estão em conexão direta com o Criador, mas após ganhar a confiança, é que o lobo em pele de cordeiro mostra sua verdadeira face.
O exemplo maior disto, é o relato encorajador da pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular e ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que relatou pela primeira vez os estupros que sofreu dos seis aos dez anos de idade. O abusador era um pastor evangélico que frequentava a casa da família.
Damares relata que o abusador acariciava e a beijava à força. Aos 24 anos, ela descobriu que os pais souberam dos abusos. A ministra reconheceu a foto do estuprador no jornal quando ele foi preso, acusado de violentar outra criança. A jovem começou a chorar e a mãe dela, apontando para o suspeito, disse que sabia que a razão era ele. "Não sei exatamente, eles devem ter flagrado ou eu devo ter dito algo enquanto estava sonhando. Eles descobriram, foram falar com ele, e ele fugiu", explica.
Na época, a mãe de Damares foi orientada na igreja a orar e a não tocar no assunto com a vítima. "Trocaria anos de oração por um abraço ou uma conversa quando ela descobriu", desabafa. Para Damares, aulas de educação sexual na escola podem ser um caminho para que as crianças aprendam quando pedir ajuda. "Se alguém tivesse me dito para gritar, eu teria gritado", diz.
No mesmo contexto, em Rondônia, vítimas desses abusadores tem medo de denunciarem ao líder maior da igreja, pois em muitos casos, os próprios líderes não tomam nenhuma providência. Ou melhor, eles apenas mudam os bacanas de localidade, até que façam novas vítimas. Enquanto isso, as vítimas, que são ovelhas, carregam um trauma até o resto de suas vidas.
Recentemente, a esposa de um líder religioso, cuja sede fica na região Central de Porto Velho, acabou abandonou o lar, deixando o esposo e filhos em troca de um professor. O caso em si, caiu como uma bomba, pois indagaram, como poderia esse líder cuidar de toda uma gama de fiéis, sendo que não conseguiu cuidar do próprio lar.
Pior, esse mesmo líder acabou abafando um caso, onde um pastor da mesma instituição foi flagrado saindo de motel por fiéis, e o mesmo não afastou o lobo em pele de cordeiro do cargo. Ou seja, o modus operandis continua sendo o mesmo, trocando apenas os atores da situação.
Diante toda a situação, as vítimas desses abusos e estupros, devem sim, perder o medo e denunciar todos os casos à polícia, e limpar dos púlpitos toda impureza. Denuncie, denuncie e denuncie.