Menstruação é um processo natural do corpo feminino, caracteriza-se por um sangramento uterino natural que constitui uma importante etapa do ciclo menstrual, em geral ele se inicia na adolescência, apesar de ser um processo natural para o corpo da mulher o tema foi e ainda é tratado como um tabu na sociedade.
Essa é uma das consequências da pobreza menstrual, uma condição que atinge pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social que não têm acesso a saneamento básico e a protetores menstruais como os absorventes descartáveis. Em todo o mundo, há mulheres e meninas e homens transexuais que menstruam e não têm acesso garantido a meios seguros e eficazes de administrar sua higiene menstrual. Em função disso, precisam recorrer a métodos inseguros para conter o sangue como o uso de folhas de jornal, folhas de árvore, telhas ou mesmo miolo de pão.
Em entrevista ao Programa Fantástico da Rede Globo, a ginecologista Larissa Cassiano afirma que já recebeu mulheres que colocaram algodão, miolo de pão, coisas que acabam soltando fibras ou pedaços.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que uma em cada quatro meninas perdem aula quando estão menstruadas e reconheceu, em 2014, que o direito das mulheres à higiene menstrual é uma questão de saúde pública e direitos humanos. A menstruação está relacionada à dignidade humana, quando uma pessoa sangra e não tem acesso à água, banheiros, itens de higiene ou vive situações de exclusão, vergonha e impotência, o princípio da dignidade está comprometido.
Em Porto Velho a Associação Filhas do Boto Nunca Mais tem feito uma campanha de arrecadação de produtos de higiene pessoal como desodorante, escova de dente e o absorvente. A presidente da Associação Cleyanne Alves afirmou que ao fazer doações para famílias em vulnerabilidade a ONG sempre se depara com mulheres que usam panos, papel higiênico e algodão durante seu período menstrual e que isso tem causado um grande número de infecções.
“Identificamos que absorvente e desodorante não entram com itens essenciais, mulheres em situação de vulnerabilidade preferem comprar comida do que seus produtos de higiene pessoal, entre a escolha de se alimentar ou escolher um absorvente essas mulheres sempre optam pela alimentação como se menstruar fosse um ato de egoísmo”, afirmou a Psicóloga e Presidente da Ong, Cleyanne Alves.
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