Sul de Lábrea, AMAZONAS – Ao menos uma década o Congresso discute a questão das pistas de pouso clandestino no País e, sobremaneira, na Amazônia Brasileira onde ainda continua latente a proliferação de ações consideradas criminosas sob a copa das árvores que dificultam o monitoramento pela Policia Federal e Forças Armadas.
Nesse ínterim, na Amazônia inúmeras operações foram realizadas para explodir pistas de pouso e decolagem de aeronaves a serviço do “agronegotóxico” (?) em áreas dominadas por minerações, madeireiras e fazendas clandestinas, aduziram ex-integrantes de forças de segurança federal e estadual, hoje, aposentados e que ainda permanecem em solo amazônico.
Sobre o assunto, entre 2010, 2016 e 2019, não foram poucas as operações de reconhecimento feitas pelo Exército e Polícia Federal, assinalaram ex-observadores militares a este dite de veiculação de notícias. Uma dessas pistas foi denunciada por um Repórter da ex-Agência de Notícias da Amazônia na fronteira bi-nacional Brasil-Bolívia.
À época, forças de segurança de âmbito federal teriam agido por terra com equipes especiais em áreas de fazendas incrustadas em território de Guajará-Mirim, supostamente, controladas pelo narcotraficante brasileiro-boliviano Maximiliano Dourado Munhoz (o temido MAX). A partir dessa operação, relataram observadores, ‘a PF passou a dar grandes baques nos bunkers (esconderijos de comandos) do narcotráfico na Amazônia Ocidental Brasileira’.
Além de Rondônia, Acre e Roraima, de acordo com estudos apontados por esses ex-observadores em foco desde a década de 20, ouvidos pelo Jornalismo do NEWSRONDÔNIA, ‘o Sul do Amazonas, partindo do município de Boca do Acre até ao Apuí, na divisa com o Pará e Mato Grosso, pousos e decolagens clandestinos não são novidades desde o antigo Projeto Radar da Amazônia’.
O RADAM, segundo relataram, ‘foi criado no regime militar para mapear todo o potencial florestal e minerário da Amazônia Brasileira e dentro dos limites de ocorrências registradas com fontes de Ouro, Manganês, Nióbio, Diamantes e outros de maior valor econômico no mercado mundial e nacional’.
– Atualmente, a cobiça por minérios e a suposta perpetuação da entrada de drogas, munições e armas pesadas, sobretudo, oriundos da Bolívia, Peru e Paraguai, a cada dia é intensificada feroz e vorazmente, por encontrarem nossas fronteiras, praticamente, escancaradas, arremataram.
De forma habitual, a discussão da construção de pistas de pouso e decolagem, clandestinas na Amazônia Ocidental Brasileira e, especificamente, no Sul do Amazonas, há nove anos encontra-se parada no âmbito da bancada federal e do Congresso, aponta o pioneiro Raimundo Nonato da Silva, 79, sobrevivente do assédio de narcotraficantes no Rio Puciari, em Lábrea, onde mantinham laboratórios de refino de cocaína fora do controle dos órgãos de segurança.
A região Sul deste Estado, ao longo das últimas três décadas, tem sido palco de inúmeras ocorrências de construção de pistas de pouso e decolagens de aeronaves a serviço do narcotráfico e onde foragidos da Justiça brasileira encontram guarida em fazendas, madeireiras e áreas de mineração clandestina ao longo da Bacia do Rio Purus, Guajará, Envira e Rio Madeira, acrescentaram os ex-observadores militares que afirmaram terem atuado na caserna do 54º Batalhão de Infantaria de Selva (54º BIS), sediado no município de Humaitá.
Nessa esteira de informações e esclarecimentos sobre o tema, um ex-delegado da Polícia Federal que atuou na corporação por mais de 25 anos na Amazônia Ocidental Brasileira, em 2019, já pedia que ‘a Amazônia precisa ser protegida 24 h e que esse esforço se deve, na inicial, às Forças de Segurança do Brasil’. Porém, apontou que a situação é pouco discutida, na prática, com eficácia e prontidão, a partir das fronteiras com os vizinhos Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai que se mantém desguarnecidas – de onde partiriam os males trazidos por ilegais que ad entrariam o território nacional.