O astro do futebol argentino, Diego Maradona, morreu "abandonado à própria sorte" por sua equipe de saúde, aponta um relatório médico independente divulgado nesta sexta-feira (30).
O levantamento foi feito à pedido do Departamento de Justiça da Argentina que tenta reconstruir os últimos momentos de vida do ídolo do esporte.
Argentinos protestam por justiça após a morte de Maradona
No documento de 70 páginas, os peritos médicos afirmam que Maradona passou por um "período prolongado de agonia" e que ele teria recebido um "tratamento inadequado, deficiente e imprudente".
O campeão do mundo tinha problemas de saúde graves e se recuperava de uma cirurgia cerebral quando morreu nos subúrbios da capital argentina em 25 de novembro de 2020.
Acusação de negligência
Relatos de que Maradona foi abandonado pelos amigos e não recebeu o acompanhamento médico adequado após uma cirurgia foram encaminhados à Justiça argentina no início de março.
Ao menos sete pessoas são acusadas de negligência, entre eles o neurocirurgião Leopoldo Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov, além de um psicólogo e dois enfermeiros.
Segundo a imprensa argentina, áudios obtidos pelos investigadores indicam que a saúde de Maradona era a menor preocupação da equipe que o acompanhava.
Faltou ajuda especializada
O relatório da junta médica afirma que o jogador poderia ter tido mais chance de sobreviver se tivesse recebido um tratamento adequado em um centro de saúde – Maradona foi tratado em casa.
Segundo os peritos, o jogador não estava em condições de tomar decisões sobre sua saúde no momento em que deixou a clínica onde havia sido submetido a uma cirurgia na cabeça.
Leopoldo Luque, médico pessoal e um dos investigados, afirmou que Maradona havia se recusado a seguir com o tratamento na clínica e também não quis ser levado para outro centro de saúde.
Caso se comprove que Maradona morreu por abandono, os responsáveis poderão pegar até 15 anos de prisão.