A banca AMORIM ADVOGADOS ASSOCIADOS, sediada em Recife/PE emitiu NOTA A IMPRENSA em nome dos empresários Ana Claudia Azevedo Ribeiro, Eduardo Henrique Leal Meneses e José Klleber Queiros Malaquias sócios proprietários das empresas Monteserrat Consultoria LTDA e Ecosafe Solutions llc que estão sendo alvos, segundo os advogados, de uma investigação rápida (açodada) e sem a menor comprovação da verdade.
Segundo a nota, os empresários que estão tendo suas vidas devassadas e com seus nomes sendo jogados na lama, são pessoas serias e honestas, e que nunca tiveram suas condutas questionadas pela sociedade tanto do Brasil como em todo o mundo, pois sempre conduziram suas atividades empresariais de forma ilibada, proba e seria.
Dez dias antes da Operação Sine Die — sem data, em latim —, os sócios da Montserrat Consultoria, que se diziam representantes da Oxford/AstraZeneca no país, se reuniram com o prefeito de Barra do Piraí, Mário Reis Esteves (Republicanos), em Recife, Pernambuco. Com autorização da Justiça, um policial civil da Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), fingiu ser um assessor do prefeito e participou do encontro, quando gravou toda a conversa. Os empresários tinham o objetivo de selar a venda de 45 mil doses do imunizante para a prefeitura do interior do estado do Rio. O acordo não foi concretizado.
O esquema criminoso só foi descoberto depois que Mário Reis Esteves desconfiou da fraude e informou à Polícia Federal. De acordo com os sócios da Montserrat Consultoria – que dizem ser intermediários da Ecosafe Solutions, com sede na Pensilvânia, nos Estados Unidos – a empresa americana tinha 500 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca, por, supostamente, ter financiado os estudos para a produção dos imunizantes. Pelo menos 20 prefeituras do país podem ter caído no golpe.
A defesa afirma que ainda não teve aceso ao inquérito, já que o mesmo tramita em segredo de justiça e que seus representantes nos EUA já prepararam toda a documentação que comprovam as atividades licitas de seus representados e que assim que apresentados a justiça brasileira, não restará duvidas da injustiça que está sendo feita com seus clientes.
O delegado Thales Nogueira Cavalcante Venâncio Braga, titular da DCC-LD, falou que a reunião que teve um agente infiltrado e que foi crucial para a antecipação da operação SINE DIE, foi realizada no dia 12 de abril, após uma "carta convite" expedida pela Montserrat Consultoria e que na reunião, além do agente infiltrado, encontrava-se Eduardo Henrique Meneses e José Klleber Queiroz Malaquias, ambos sócios da Montserrat, além de uma mulher que seria Ana Claudia Azevedo Ribeiro.
A autoridade policial também relatou que o golpe realmente poderia ter dado certo se eles não tivesse cometido um erro infantil e até amador: Fizeram contato com as vítimas (prefeituras), via WhatsApp e e por email, e foi exatamente isso que chamou a atenção do prefeito de Barra do Piraí e que denunciou que várias cidades poderiam estar caindo num golpe.
Com a denúncia nas mãos a polícia descobriu que os dois sócios abriram, neste ano, duas empresas, cada uma com capital de R$ 7 milhões: VGL Administração de Participações, cujo proprietário é Eduardo Leal, e RWX Participações, de José Klleber.
Para a polícia, a Ecosafe Solutions não tem estrutura para ser capaz de fazer esse tipo de transação.
A empresa que ela diz representar nos Estados Unidos é uma empresa recém-criada, que funciona num coworking, o que não é normal pra uma empresa desse porte, e várias inconsistências que levaram o Juízo da Primeira Vara Criminal Especializada do Rio de Janeiro a definir oito mandados de busca e apreensão, tanto na sede da empresa, quanto na residência dos sócios relacionados — informou o delegado.
Na operação desta quinta foram apreendidos documentos, celulares e computadores. Os donos da empresa serão intimados a depor posteriormente, depois que o material recolhido for periciado.
A Polícia Civil afirma que as próximas fases da operação serão para identificar os municípios que podem ter sido prejudicados pelos golpistas. Só em Porto Velho, Duque de Caxias e Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, e golpe renderia aproximadamente 70 milhões de reais.
Até o momento, a policia ainda não sabe quantas prefeituras caíram no golpe: “A gente não sabe a amplitude desse golpe. Não sabemos o prejuízo para a população brasileira. Não sabemos quantas pessoas vão ficar sem vacina, porque o dinheiro foi empregado para a compra de vacinas que não seriam entregues" — afirmou o delegado Thales Nogueira.
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