Porto Velho, RONDÔNIA – Cercas de 95.300 hectares que integram a Reserva Rio Preto Jacundá com abrangência ambiental, direta e indireta, nos biomas hidro-florestal e mineral nos municípios de Candeias do Jamari, Itapuã D’Oeste, Candeias do Jamari e Machadinho D’Oeste, na parte maior do Vale do Jamari, continuam sendo ameaçados que grupos organizados por supostos sem terras invadiram a reserva há duas semanas.
A invasão, segundo dirigentes do Sindicato de Produtores Rurais vinculados ao agro-negócio privado, começou com a chegada de grupos que já tinham sido expulsos da Reserva Acariquara, em Machadinho D’Oste que, ‘não satisfeitos tomaram as Linhas 7,5 e 45 na Vila Nova Samuel’.
Acampados nessa parte que da acesso aos Planos de Manejos da Madeireira Madeflona, ao longo da Estrada da Linha 45 e fundiárias do Distrito de Vila Nova Samuel com o município de Itapuã D’Oeste, ‘os falsos sem terra teriam firmado uma coalizão com parte de madeireiros que atuam em serrarias clandestinas e já fechadas durante várias operações da Polícia Federal, IBAMA, SEDAM e ICM-Bio’,
Nessa nova de ocupação ilegal de parte do bioma da Floresta Nacional Jacundá, do lado de Candeias do Jamari, ‘os grupos se organizaram a partir da Linha 7,5 que dar acesso ao Travessão 21, na dupla divisa de Vila Nova Samuel com Itapuã D’Oeste, com apoio de criadores e madeireiros já investigados e presos pela Polícia Federal’, garantira dirigentes locais.
– Daqui, do Sindicato Rural, tenham a certeza, não há nenhum produtor, fazendeiro ou madeireiro associado a esta entidade representativa do agronegócio de Candeias do Jamari, afirmou a fonte deste site de notícias.
Desde sua criação, o Projeto de Assentamento Florestal Jequitibá (PAF), localizado ao longo da Linha 50 abrangendo grande parte da Floresta Nacional Jacundá, com mais de 95 hectares, teria recebido mais de R$ 3 milhões, à época, só em abertura de estradas através da 17ª Superintendência Regional do INCRA, em Rondônia.
O órgão, também, durante o assentamento de famílias vindas de outras partes do Estado, teria liberado recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na implementação do Projeto Fundiário agregado ao PAF Jequitibá para construção de casas, fomento, destoca e cestas de alimentos, de acordo com o então ex-Ouvidor Agrário Estadual, Erasmo Tenório, durante as vistorias realizadas na região.
Atualmente, o Distrito de Vila Nova Samuel, por conta e risco da extinção do PAF Jequitibá, se tornou o maior centro de fornecimento de madeira extraída, ilegalmente, é o que atesta relatórios de sucessivas operações da Policia Federal ao fechar mais de vinte serrarias que operavam clandestinamente nas Linhas 45, LP 50, 5,5 e no Travessão 21 e da 7,5.
‘Grande parte dessas áreas se encontra exauridas, ainda assim, o potencial madeireiro, de essências naturais e minerais do que restou das florestas em pé, forçou madeireiros, fazendeiros e grileiros, mudou de foco para dentro da FLONA Jacundá’, revelaram assentados do INCRA.
Ex-integrantes do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) ouvidos durante peregrinação da equipe do NEWSRONDONIA no último final de semana, disseram que, ‘nunca houve tanta ousadia nesse tipo de invasão como vem ocorrendo nos dias de hoje’.
É o que comprovam pequenos criadores e agricultores do contingente de assentados pelo INCRA da lista original contida no Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Segundo eles, ‘os invasores chegaram fortemente armados e já controlam entrada e saída das pessoas, com porteira e vigilância a partir do Rio Verde que dar acesso à LP-50 e à Reserva, nas barbas de todo mundo’.
Sobre o assunto, a reportagem relatou, nesta segunda-fera (8), ao Capitão PM Jefferson o que de fato vem ocorrendo na região. Segundo ele, ‘irei comunicar as ocorrências ao Comando do Batalhão Policiamento Ambiental’. A situação, como há o risco de ocorrer conflitos armados ou ameaças aos assentados da reforma agrária, a assessoria da 17ª Superintendência Regional do INCRA, também, foi informada do episódio.
Enfim, essa não é a primeira vez que invasores tomam as áreas de proteção ambiental no Distrito de Vila Nova Samuel, a 61 quilômetros de Candeias do Jamari. Desde sua criação, a proporção de ocupações ilegais soma mais de uma dezena só impedidas por operações da Polícia Federal na região do Vale do Jamari.
De acordo com movimentos ligados à luta pela posse da terra no município de Candeias Do Jamari, ‘o comando das invasões na reserva é de pessoal ligado ao elemento alcunhado de Ferrugem, Negão e de um dono de concessionária de veiculo que teria virado madeireiro’. Seria deles a organização e a venda de lotes dentro da RESEX e nas linhas ocupadas, ilegalmente.