Com o avanço cada vez mais constante e comprovado da Covid-19 nos estados brasileiros, doze governadores se uniram e esta semana enviaram uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os lideres dos estados pedem ao chefe do executivo nacional mais vacinas contra a Covid-19 para imunizar a população.
Em um dos trechos o documento menciona que, “os Entes Federados têm envidado todos os seus esforços, mas estão no limite de suas forças e possibilidades. Nos últimos meses, instalaram milhares de novas vagas em Unidades de Terapia Intensiva, contrataram profissionais de saúde de diversas áreas e viabilizaram a compra de equipamentos, além de investirem em medidas como o distanciamento social e a orientação da população por meio de estratégias claras de comunicação. Esse conjunto de ações, ainda que indispensável, demonstra estar próximo do exaurimento. Ninguém discorda de que, nas próximas semanas, talvez meses, a pandemia seguirá ceifando vidas, ameaçando, desafiando e entristecendo todos nós”, declara.
O documento contém as assinaturas dos governadores Camilo Santana do Ceará; Flávio Dino do Maranhão; Renato Casagrande do Espírito Santo; João Azevedo da Paraíba; Paulo Câmara do Pernambuco; Wellington Dias do Piauí; Eduardo Leite do Rio Grande do Sul; Belivaldo Chagas do Sergipe; Mauro Mendes do Mato Grosso. Chama a atenção na carta que da Região Norte apenas os governadores Gladson Cameli do Acre; Waldez Goés do Amapá e Helder Barbalho do Pará assinaram o documento.
O governador de Rondônia Marcos Rocha (sem partido) não consta entre os chefes dos executivos da Amazônia que cobraram abertamente o presidente Jair Bolsonaro, por mais medicamentos contra a Covid-19, para imunizar a população. Vale lembrar que Marcos Rocha segue rigorosamente a cartilha de Bolsonaro, e normalmente não gosta de contrariá-lo.
O Estado de Rondônia vem operando na sua capacidade máxima e já não tem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para os doentes. Esta semana pouco mais de 100 pacientes aguardava na fila de espera. Além disso, os casos da Covid-19 disparam com números alarmantes de mortes. Na quinta-feira (4) o Estado contabilizou 47 novos óbitos e mais 1.500 registros positivos do novo coronavírus.
Ainda em um trecho da carta os governadores afirmam que “os imunizantes são hoje para o Brasil e para os brasileiros muito mais do que uma alternativa ou medicamento: representam a própria esperança da população e, nesse sentido, nenhum governante pode correr o risco de não esgotar todas as possibilidades ou de procrastinar ações e procedimentos. Cada minuto, cada hora e cada dia são preciosos e decisivos, e constituem a triste diferença entre viver ou morrer”, finaliza.
Na carta os governadores também cobram o Ministério da Saúde (MS) e das Relações Exteriores pedindo mais celeridade nas ações e apoio da OMS. “Governo Federal, especialmente por meio dos Ministérios da Saúde e das Relações Exteriores, esforço ainda maior para obter, em curto prazo, número consideravelmente superior de doses. Caso seja possível, sugerimos também o requerimento de apoio e intermediação da Organização Mundial da Saúde”, finaliza.