Em Rondônia os números de casos do novo coronavírus e mortes pela covid-19, mostram até o momento um raio-x perfeito para uma catástrofe anunciada. Os decretos que flexibilizam e ao mesmo tempo autorizam a reabertura de escolas públicas e faculdades particulares, ocorrem pelo governo do estado na mesma velocidade em que os registros acontecem.
“Não tem como enxergar essas medidas. Elas mais ajudam a classe empresarial do que salvam vidas. Ninguém vai morrer de fome se o certo fosse realmente feito. Porém, o resultado do que eu vou classificar até como “burrice” é que os decretos [do fecha e abre] agora passam colocar o estado em prejuízo, pois se o governo tivesse endurecido as medidas antes, o efeito da doença seria menor. Rondônia não é exemplo nem mesmo se comparado ao Uruguai com população superior a daqui”, explica o virologista que prefere não se identificar.
No Estado que contabiliza quase 2 milhões de habitantes, a população, mesmo diante de um cenário de mortandade, que na quinta-feira (25) alcançou a marca de 2.808 pessoas vítimas da Covid-19, e 15.067 de casos ativos, ao que tudo indica não convalesceu-se com as suas perdas.
“A impressão é justamente essa, mas vai pagar caro por não ter respeitado as medidas, por ter freqüentado festas, por ter aglomerado, e se quer usado máscara. A doença é seria e todo mundo não pode dizer que não sabia dos riscos”, declara.
Em Porto Velho, o carnaval ainda que cancelado registrou um verdadeiro show de flagrantes, de aglomerações na cidade, com milhares de pessoas participando de festas regadas a bebidas e drogas ilícitas.
Esta semana, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, afirmou em uma gravação, que a capital já não tem mais nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais públicos, mesmo que esses sejam procurados nos hospitais privados também não existirão.
O cenário em Rondônia atribuído a falta de distanciamento social e as aglomerações começa a ficar desesperador. Desde fevereiro a prefeitura de Porto Velho, segundo informações, vem realizando convênios até mesmo com os cemitérios particulares. A demanda por espaço no cemitério de Santo Antônio para enterros já está ultrapassando a capacidade. Em algumas cidades do país, os governantes não estão mais preocupados com os leitos de UTI, mas encontrar espaço para os enterros. É o caso de São Paulo que vai passar a cremar os mortos.
O Brasil deve mergulhar no caos daqui duas semanas. O alerta foi dado pelo governador da Bahia, Rui Costa do (PT). O governante proibiu atividades não essenciais no estado durante o final de semana. A medida é uma tentativa de conter mais contaminações pelo novo coronavírus. “Já estamos vendo o problema se agravar no Rio Grande do Sul, na Bahia, no Ceará. Nunca tivemos uma situação igual”, declara.
Rui Costa atribui os casos, a população que está exausta de ficar em casa e de cumprir medidas de isolamento social, as novas variantes do vírus encontradas e Manaus e que já circulam pelo Brasil.