Na lataria da caminhonete as marcas de tiros são de um atentado sofrido por funcionários de uma fazenda, no ultimo dia 17 desse mês. O veículo foi interceptado por um grupo armado, no trecho da estrada que liga a Terra Indígena Alto Jamary, do povo Uru –Eu –Wau –Wau.
O confronto estaria sendo motivado pela disputa de uma fazenda que pertenceria, segundo informações, ao ex-prefeito do município de Ariquemes Hernandes Amorim. A ação terminou por intimidar os vacinadores ligados ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) que justamente passavam pelo local no momento. O receio de ultrapassar o limite levou os servidores a procurarem abrigo interrompendo o trabalho.
A reportagem apurou que o local vive sob intenso fogo cruzado entre grileiros e os funcionários da propriedade, que tentam evitar à invasão. Para escapar do tiroteio os sete capazes da fazenda fugiram para Aldeia. Os homens só deixaram o local com a ida da Polícia.
Na época três espingardas e 170 munições foram apreendidas. Com o reforço da policia foi que os vacinadores puderam dar continuidade na imunização dos indígenas. Em Rondônia, 65% dos índios já foram vacinados. No Estado a segunda dose também está sendo aplicada.
A coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé) Ivaneide Bandeira, revela o temor dos índios. Por estarem no meio de um conflito, os indígenas temem serem mortos. “No dia do atentado, esses funcionários correram e se esconderam na aldeia. A situação era de uma gravidade tal que os indígenas diziam que os invasores ameaçavam entrar na terra para ter esse conflito com os funcionários da fazenda”, destaca.
No dia em que a equipe de vacinadores foi interceptada, o acesso pela estrada foi bloqueado pelos grileiros, pois, segundo a Ong Kanindé, os homens estariam ameaçando matar qualquer pessoa que ultrapassasse o local.