Porto Velho, RO – Apesar do avanço de casos letais causados em meio à pandemia, parte de um grupo reduzido de moradores interditaram, nesta segunda-feira (15), trecho mínimo da Avenida Calama, a cerca de 400 metros da igual Avenida Mamoré, em direção aos bairros da região.
O protesto, na opinião geral colhida no local, objetivou chamar a atenção do poder público à situação considerada crítica da principal via de acesso ao Planalto, Lagoa Azul, Teixeirão, Residencial Crystal da Calama e ao setor de chácaras da periferia Centro-Leste, a mais afastada da cidade.
Um dos coordenadores do movimento insurreto, que vestia uniforme de uma empresa local, em discurso inflamado afirmou, na ocasião, que, ‘desde o governo Dilma e Michel Teme, haveria recursos da ordem de R$ 14 milhões que garantem a pavimentação total da Avenida Calama’.
O dinheiro é parte de uma emenda parlamentar apresentada por um deputado federal do então Partido Verde (PV) e não reeleito nas eleições passadas. Afora esse montante, um morador de um residencial próximo ao local onde os manifestantes atearam foto em pneus e entulhos, disse que, ‘essa via de protesto já caiu da moda política e que o caminho seria uma Comissão de Moradores instarem o prefeito, vereadores e os órgãos de controle’.
– Se existe essa dinheirama, junto ao Ministério Público, todos, nós, saberíamos da veracidade desse dinheiro ainda não aplicado, reiteraram moradores que desaprovaram a reação do grupo de menos de dez participantes.
SITUAÇÃO ATUAL – Ainda no século passado, a Avenida Calama ligava o centro e os bairros da região até o limite com a Avenida Mamoré. A partir de sucessivas invasões em terras públicas da União, gestões passadas, obrigaram-se a estender essa via em direção aos bairros Planalto, Teixeirão, Lagoa Azul e ao Setor de Chácaras.
Medindo até 4,100 km de extensão, a Avenida Calama durante mais de 16 anos não foi pavimentada, mesmo diante de invernos rigorosas na região, ‘o poder público não se posicionou favorável à sua infra-estrutura com pavimentação rural e urbana’, assegurou morador presente à manifestação.
De acordo com a legislação vigente, ‘o direito à pavimentação urbana, no âmbito municipal, é da competência do município’. Segundo especialistas consultados, ‘gestores municipais têm o dever de realizar a pavimentação de ruas’. E afirmaram, ainda, que, ‘as obras de asfaltamento trazem qualidade de vida e vias sem infra-estrutura ainda são realidade em várias cidades do país’.
Moradores do entorno onde ocorreu a manifestação desta segunda-feira (25), em parte da Avenida Calama e muito distante da Avenida Mamoré, ‘é verdade, aqui, viemos em ruas sem asfalto, sabemos muito bem o valor de ter esse direito garantido pelo poder público’.
A reportagem percorreu todo o trecho e confirmou os transtornos enfrentados com a poeira no verão e poças de lama no período de inverno. Nessa época, além da poeira, lama, lixo, buracos e pedras soltas, ‘enfrentamos onda de assaltos, roubos de veículos e arrombamentos de casas’.