Candeias do Jamari, RONDÔNIA – É provável que nas últimas quatro décadas quase nenhum cidadão candeense tenha nascido na cidade e/ou obtido o próprio registro de nascimento neste município, a 20 quilômetros da Capital do Estado.
Sobre o assunto um interlocutor do Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas da cidade, nesta quarta-feira (27), afirmou que ‘as crianças, mesmo geradas aqui, por imposição da Maternidade Municipal Mãe Esperança, são registradas em Porto Velho’, o que só eleva a medição demográfica da Capital.
Segundo a fonte, ‘o Cartório e o Município ficam sem produzir uma estatística justa e confiável sobre um número oficial de registros de nascimentos originais, o que nos possibilitaria a elaborá-la para se dá ciência ao poder público e à sociedade local’.
A respeito dessa situação, considerada pela Assistente Social Francisca Souza da Silva, 57, com expressiva mobilidade entre Candeias do Jamari e Porto Velho, ‘desde sua criação, instalação e emancipação, Candeias não dispõe de uma maternidade’. Segundo ela, ‘por lá prefeitos, vereadores, deputados, senadores e governadores, nenhum deles se preocuparam em garantir dignidade às mães e aos cidadãos nativos, nessa área’.
Na peregrinação feita pelo NEWSRONDÔNIA indo às ruas, vielas e vicinais do setor urbano e rural dessa cidade do Vale do Jamari, ficou evidenciado que a nova gestão ‘deve restabelecer solução dos gargalos deixados por ex-gestores, não só da falta da Maternidade, mas, na saúde, educação, segurança, transporte, agricultura e energia como da própria administração.
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Esse é o pensamento da maioria dos candeenses ouvidos pela Reportagem no sábado (23) e domingo (24) sobre as novas expectativas alimentadas pela população, do comércio lojista e doa agro turismo local. Mas, foi nos bairros da periferia e vicinais do PA Flor do Amazonas (INCRA), PAMUS I e II, Distrito de Triunfo, Colina e Vila Nova Samuel que, a saúde, educação, segurança e a não regularização fundiária mais preocupam a todos.
Dentre esses itens, de acordo com um levantamento parcial da Reportagem, o setor de saúde e educação, aliado à falta de investimento próprio do município nessas áreas, liderariam as principais demandas a serem enfrentadas pela nova administração para o quadriênio 2021-24, apontaram servidores plantonistas no antigo Hospital de Pequeno Porte (HPP).
Com relação à saúde pública esse setor ainda renovação da enfrenta problemas com a falta de veículos, combustíveis e peças de reposição em parte da frota circulante da cidade e interior do Município. À exemplo da sede municipal, Vila Nova Samuel e Distrito de Triunfo, com a falta de maternidade, ‘grávidas, a maioria de baixa renda, são obrigadas a migrarem à Maternidade Mãe Esperança, em Porto Velho, para darem à luz aos filhos.
Em Candeias do Jamari, extraoficialmente, informa-se, contudo, que, ‘a nova gestão irá enfrentar dificuldades para evoluir face os setores de saúde, educação, agricultura, pessoal técnico e de investimento próprio viveram com déficit e salários atrasados’, revelou servidora do HPP local.
Sem unidade de referência ao atendimento de casos contraídos pelo novo coronavírus, pacientes da cidade e do interior são transportados à Capital pela já tradicional falta de estrutura em pessoal técnico, hospitalar e em equipamentos. O único Hospital (HPP), o maior da cidade, ‘entrou em pauta em todas as gestões para sua revitalização e ampliação, mas, ‘os projetos nunca saíram do papel’, garantiu a mesma fonte.
Da maternidade inexistente à falta de políticas desenvolvimentistas próprias no campo social, econômico, do agronegócio, passando pelo não aproveitamento das potencialidades turísticas, Candeias do Jamari, ‘a nova gestão precisa quebrar vários tabus, a exemplo do não estímulo de partos naturais a nível local, da suposta flexibilização de impostos devidos por areais, madeireiras, construções, venda e revenda de combustíveis, gás butano, lojas de departamentos, do atacado, varejo, secos e molhados, bares, restaurantes, rede hoteleira, pecuária, industrial, bem como, da não revelação dos pagamentos das compensações financeiras atualizadas e/ou recebidos por recolhimento estimativo dentre outros tributos municipais, arrematou um ex-titular, agora, anônimo, das finanças em ao menos dois governos locais.