A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde o início da pandemia do novo coronavírus vinha alertando a população do planeta para que os cidadãos não abusassem da sorte. Medidas como o uso constante da máscara de proteção, o distanciamento entre uma pessoa e outra, o chamado distanciamento social, e as aglomerações que não podiam acontecer eram algo imprescindível para frear a Covid-19.
E o que é pior, as medidas de distanciamento, aliada com as aglomerações trouxeram um perigo iminente que já bate a porta. O aumento dos casos e mortes pela Covid-19 que não param de aumentar.
No Amazonas, a situação é tão crítica que tem gente morrendo por falta de oxigênio nos hospitais, no chão da instituição. Quem não consegue ajuda médica segue ou é levado pelos parentes para morrer em casa, agonizando em seu ultimo suspiro.
No Amazonas, segundo especialistas a questão vai muito além da falta do oxigênio. Por lá quase toda a população não respeitou as regras de distanciamento. Em apenas 20 dias, as mortes no estado superaram as ocorridas nos últimos três meses. Até o fechamento desta reportagem o Amazonas batia a marca de 1261, é mais que os óbitos registrados em outubro, novembro e dezembro, com 1158.
São pessoas como nós, eu e você, mas que pela quantidade de mortes tiveram seus nomes, sobrenomes substituídos por números, viraram estatísticas de uma doença mortal. Em entrevista ao site A Crítica, o médico intensivista do Hospital Check-up Mauro Lippi, foi enfático na declaração: “o que estamos vivendo é um pesadelo. Os hospitais fizeram planos de contingência baseados no que aconteceu em abril e maio e rapidamente foram inundados por pacientes graves em uma proporção sem precedentes”, disse.
Os efeitos dos encontros de final de ano, das aglomerações pelo cidadão local começam a mostrar uma realidade que tem para terminar em um desfecho perigoso. Desde o domingo (17) 29 municípios estão em toque de recolher por decisão de decreto estadual.
O alerta não só acendeu como mostra a evolução da doença em Rondônia. Em Porto Velho, de acordo com informações da Secretária de Estado da Saúde (Sesau), já não existem mais leitos de UTI para receber adultos. Inclusive corre lista para quem terá a preferência quando um desses leitos surgir.
O caos já tinha sido anunciado desde o início da semana. A Macrorregião em que está Porto Velho contava apenas com 5 leitos até está sexta-feira (22). Na última quinta-feira (21) o estado contabilizava 1300 novos infectados pelo novo coronavírus, com 15 mortes, um índice que já soma 2.070 óbitos desde o começo da pandemia em março.