Porto Velho, RONDÔNIA – Apesar de figurar entre os 35 milhões de brasileiros sem água 100% tratada, os bairros da periferia Norte, Sul e Leste desta Capital ainda se dão ao luxo de obter algum preciso liquido em escolas e fontes (bicas) naturais e/ou fornecida por escolas das comunidades.
É o caso da Escola Estadual de Ensino Médio ‘Ulysses Guimarães’, no Jardim Santana, com cerca de 45,5 mil habitantes na Zona Leste. Nessa região, ao menos 25 anos os moradores ‘pegam água em duas torneiras externas da escola a 0800’, informa a doméstica Maria da Silva, 61.
Segundo ela, ‘não temos água desde a criação do bairro’ habitado em sua maioria por imigrantes, diferentemente, da região Sul e Norte onde predomina uma população originária do Sul, Sudeste e Sul do vizinho estado do Amazonas, cuja situação ‘enfrenta falta de água, também’.
Especificamente no Jardim Santana, Socialista, Mariana, Airton Sena, Marco Freire e Ronaldo Aragão, além do Parque Amazônia – área de loteamento particular -, na ausência de parte dos serviços públicos, os moradores se valem das escolas, bicas e poços semiartesianos que existem nesses bairros.
Em meio à falta de água durante a pandemia, este site percorreu a parte maior dos bairros que compõem o quadrilátero da Zona Leste (Avenidas José Vieira Cahulla, Goianésia, Mário Andreaza e Estrada dos Periquitos) e atestou, todavia, que, ‘algumas subestações da CAERD (Companhia Estadual de Água e Esgotos de Rondônia), ‘funcionam com escassez de água’.
Sobre o assunto, nesta segunda-feira (18), ninguém na estatal rondoniense foi encontrado no Departamento Operacional para esclarecer, por exemplo, ‘sobre o projeto de levar água 100% tratada com origem ainda no então governo de Ivo Cassol e na ex-gestão de Roberto Sobrinho, em investimento de cerca de R$ 100 milhões via Caixa Econômica Federal’.
Com reservatórios considerados críticos por não suprirem em 100% a necessidade da população, por exemplo, da Zona Leste, a mais populosa e afastada desta Capital -, uma fonte fidedigna da CAERD assegurou que, ‘o governador Marco Rocha vem tendo tratativas com o governo Federal a fim de consolidar os programas regionais, dentre os quais, o de água potável 100%’.
Enquanto isso, nas regiões Norte, Sul e Leste, onde há subestações de captação de água de poços semiartesianos, sobretudo, em residenciais do programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida – cujo fornecimento foi assumido pela CAERD – o rodízio de água nesses pontos e região metropolitana de Porto Velho, a situação ainda preocupa os moradores.
OUTRO LADO – O NEWSRONDÔNIA foi a campo e obteve junto a setores independentes informações sobre o saneamento básico no Brasil e, especificamente, em Rondônia. Sobre o assunto, em uma pesquisa feita em 2019 ficou comprovado que ‘entre 200 países, ‘nosso país situa-se na 106ª posição’, o que demonstra que mesmo ocupando o oitavo lugar na economia mundial, a higiene não se encontra como uma de suas prioridades’.
– E a falta de água em todos os cantos do Brasil e em capitais como Porto Velho, continua sendo a ‘trava’ para que os brasileiros continuem dando mal exemplo ao resto do mundo, assinala o acadêmico Washington Charles Campos, 71 anos.
Na outra ponta da linha dessa pesquisa em foco, muito pouco e/ou quase nada técnicos governamentais consultados esclareceram sobre o assunto. Contudo, obteve-se a informação que, desde que foi promulgada a Lei do Saneamento Básico no Brasil, ‘não se sabe ao certo o que mudou após a sua promulgação’, atesta Charles Campos.
Historicamente, após um longo período de suposto abandono do setor em questão (saneamento), enfim, ‘sancionou-se em 2007, a Lei 11.445, conhecida como ‘a Lei do Saneamento’, responsável por fitar as diretrizes do setor no Brasil’. Porém, de quem e a responsabilidade pelo saneamento básico nos municípios e nos Estados brasileiros, arrematou Washington Charles Campos.