O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirmou ontem que a sociedade do estado optou pela transmissão do coronavírus, de acordo com publicação do jornal O Globo. A declaração ocorre em meio à falta de oxigênio hospitalar para amazonenses.
Campêlo afirmou, de acordo com a publicação, que o governo estadual fez de tudo para evitar o atual cenário. "Apesar dos alertas, dos decretos, a sociedade fez uma escolha de manter as aglomerações, participar das confraternizações, comemorar Réveillon, fazer festas clandestinas, principalmente", disse.
Alertado sobre a possibilidade de as festas de fim de ano gerarem colapso na saúde local, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), determinou o fechamento de serviços não essenciais por 15 dias no final de 2020 a fim de reduzir a circulação de pessoas e, assim, diminuir os riscos de transmissão.
Após ter sido pressionado por representantes comerciais, o governador voltou atrás. A decisão foi comemorada amplamente por políticos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Campêlo evitou criticar diretamente o governador, apesar disso. "O governador flexibilizou algumas medidas, mas se elas fossem executadas, teriam reduzido em muito. A população, os empresários, a sociedade de modo geral não conseguiu executar, cumprir as determinações", afirmou.
O Ministério da Saúde, por sua vez, teve uma semana para agir e evitar o colapso no fornecimento de oxigênio em Manaus, mas tomou medidas de pouco alcance frente ao tamanho da crise. A pasta foi comunicada sobre a situação em 7 de janeiro, no mesmo dia que a Secretaria de Saúde do Amazonas. Uma semana depois, em 14 de janeiro, o oxigênio começou a faltar.