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O governo do Amazonas sabia da escassez de oxigênio, avisou o Ministério da Saúde, avisou outros estados e ainda assim a situação chegou onde chegou. A situação terá que ser muito bem explicada pelo governo de Jair Bolsonaro e por seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Hoje é o dia “D”: “da desgraça, do desprezo, do descaso. Isso é o dia D”. A fala é do médico Arnaldo Lichtenstein, doutor em patologia pela Universidade de São Paulo, durante entrevista na quinta-feira (14) ao Jornal da Cultura.
O médico respirou fundo e continuou. “Veja só para as pessoas entenderam o que não é ter oxigênio num hospital. Oxigênio você mede, você ver o consumo, você faz a programação dele. As pessoas com a Covid-19, quase na sua totalidade são internadas por causa da sua insuficiência respiratória. Insuficiência respiratória precisa de oxigênio...que acontece via máscara ou vários tipos de intubação. Para o ventilador funcionar ele precisa de oxigênio. Para ter o suporte de oxigênio precisa de oxigênio na máscara”, disse médico.
Arnaldo Lichtenstein fez um resumo da situação do Amazonas, desde o inicio da pandemia no novo coronavírus no Brasil em março de 2020. “No começo da pandemia em Manaus, a gente não tinha ventiladores e leitos de UTI, então era uma escolha tenebrosa do filme e a “Escolha de Sophia” para saber quem iria para UTI para viver ou morrer. Hoje em dia lá sem oxigênio não se tem mais essa escolha. Ninguém sobrevive. O que acontece lá em Manaus e que não adianta procurar o hospital para se tratar de Covid se não tem oxigênio. Vai para o hospital para se morrer, para se ter um alivio com sedação e morrer. Essa é a situação mais dramática desde o começo da pandemia. É o dia “D” da desgraça”, desabafa o médico.
O governo federal de ultima hora decidiu pedir a transferência de pacientes de Manaus para outros seis estados, na tentativa de salvar os pacientes. Mas a preocupação é que a nova linhagem do vírus possa se espalhar por esses estados. “Se houver essa linhagem isso não é o hoje a preocupação. São Paulo, alguns hospitais já proibiram essa transferência para suas dependências, hospitais particulares. Por quê? Porque já estão lotados. A única solução para Manaus é transferir todos os doentes. Agora imagina a logística disso tudo, imagina a quantidade de aviões que seriam usados? A economia de oxigênio, faça a soma seria muito menor”, comenta o especialista que disse ainda que o vírus mutante não mata mais, ele infecta mais. Para prevenir essa infecção temos que fazer exatamente o que se fazia antes. As condutas não vão mudar nada. O que vai acontecer é que mais gente será infectada se tiver aglomeração. E como se evita a mutação de um vírus? Eliminando o vírus. E como se elimina um vírus? Bloqueio total ou confinamento através da vacina”, declara.
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