PORTO VELHO, Zona Leste – Apesar da forte atuação das guarnições da Polícia Militar e do Serviço Velado da Corporação, roubos frequentes nesta parte mais afastada da cidade continuam preocupando moradores dos residenciais construídos pelo Programa de Habitação Minha Casa Minha Vida e região adjacente.
Conhecida como ‘Zona Vermelha’, no jargão da crônica policial, parte dos residenciais do Programa de Habitação Minha Casa Minha Vida, entre os quais, Crystal da Calama, Orgulho do Madeira, Porto Madero e Cidade de Todos, têm aparecido com frequência no ranking policial em que os moradores e transeuntes seriam os mais assaltados.
Nesses núcleos habitacionais, construídos para família de renda, segundo normas do Governo Federal, segundo levantamento extraoficial, ‘a maioria é dominado por integrantes de facções ainda impunes’, revelou um policial civil aposentado que trocou a cidade por uma chácara na Zona Leste.
Segundo ele, só na parada de ônibus entre a Avenida Calama e a Rua Berilo, no Crystal da Calama, logo às primeiras da manhã, em horário de trabalho, ‘os ladrões assaltam mulheres e idosos, por opção’. A maioria das vítimas sequer chegam a registrar boletim de ocorrência temendo represálias por parte das facções que infestam a área.
O policial, segundo este site apurou, trabalhou por décadas no antigo 4º Distrito Policial, passou pelo Instituto de Identificação, Serviço de Inteligência e do Comissariado. Para ele, ‘nada mudou no mapa da violência e da criminalidade’. Ele diz, contudo, que, ‘apenas os autores são outros, sobretudo os mais jovens’, destacou ele.
Num rápido giro pelas unidades dos residenciais que compõem o Minha Casa Minha Vida na região Leste desta Capital, este site atestou em depoimentos não gravados por moradores, que, ‘os roubos nesses locais são praticados, alternadamente, em vários pontos da cidade. Geralmente, os ladrões obedeceriam a ‘ordens de dentro dos presídios’.
MODUS OPERANDI – Os ladrões, adiantou outro policial aposentado ouvido pela reportagem, ‘diversificam muito a forma de agirem contra suas presas’. Ele aponta, no entanto, que ‘a ação do Serviço Velado é de suma importância para consubstanciar o policiamento ostensivo e o de captura dos criminosos’. Geralmente, os ladrões agem em dupla ou com mulheres na garupa, pra facilitar a chegada às vítimas. – A infiltração nos residenciais é o X da questão, a cereja do bolo para que a Polícia faça o desmonte das quadrilhas, sejam elas integradas por marginais bandidos adolescentes, sejam por velhos conhecidos da própria Polícia’, aventou o ex-policial.
Moradores já assaltados do Crystal da Calama e do Orgulho do Madeira, dentro e fora dos próprios residenciais, revelaram que, ‘não podemos mostrar a realidade, nua e crua, que nos impõem as facções’. Lembram, todavia, que, ‘boca fechada não entra formiga’.
Alguns dos moradores arriscaram a falar de forma anônima. Segundo disseram, ‘é por isso que nossas vidas correm risco a toda hora, mesmo com a chegada da Polícia se alguém sai de casa para olhar, mesmo das janelas, algum bandido sendo preso ou capturado pelo GAP em suas operações’.
Uma das fontes revelou, que na divisa entre o Setor Chacareiro e o Orgulho do Madeira, ‘há um areal onde, possivelmente, carros roubados seriam praticamente enterrados sob encomenda’. Outro morador destacou, por sua visão de mundo, que, ‘sem não houver a colaboração da comunidade, a ação das policias ficariam empobrecidas, ainda mais’.
Com formação acadêmica, a fonte revelou ainda que ‘não se pode só falar apenas que há facções atuando dentro dos residenciais nos residenciais Crystal da Calama, Porto Madero, Orgulho do Madeira e Morar Melhor sem um plano de combate aos chefes e aos soldados do crime por eles recrutados’.
– É preciso que a inteligência policial chegue à frente e faça o mapeamento para agir sem pena e piedade para que as prisões e os desmontes dessas quadrilhas aconteçam com resultados, pontuou nosso entrevistado anônimo.
QUEM SÃO – No que se depreende da fala dessa fonte a este site de notícias, o seu pensamento não é só o falar dos fatos já ocorridos e dos flagrantes repentinos. Segundo afirmou, no caso de roubo de veículos (do carro de luxo a bikes), ‘vejam quantos desmanches (?) funcionam na periferia desta Capital disfarçados de bicicletarias, oficinas de auto, funilaria, serralheria e vendas de carros novos e usados e não recebem a ‘visita’ de viaturas policiais e da fiscalização todos os dias, arrematou.
Enfim, disse: ‘Todo mundo percebe que o aumento da criminalidade tem alguma coisa a ver com esses tipos de negócio legal e/ou ilegal’.
– Só não enxerga quem não quer ver e quase todo mundo sabe porque isso acontece, finalizou a mesma fonte bastante indignada com a situação vivenciada pelos moradores dos residenciais do Programa Minha Casa Minha Vida, uma ou mais vezes assaltados ou não na saída e na volta do trabalho ou da escola.