Sul de Canutama, AM – Num giro pela região Sul do Estado amazonense, a pedido de agricultores sob a responsabilidade da Unidade do INCRA, em Humaitá, a Reportagem deste site de notícias, comprovou que a situação deles é de, praticamente, abandono proposital diante da falta de infra-estrutura nos projetos de assentamentos do órgão.
Levantamento das associações de assentados e habitantes nativos atesta que, ‘as famílias cadastradas e autorizadas a trabalhar nas terras da União ao menos doze anos ainda não tiveram lotes vistoriados nem os processos de ocupação homologados’, afirmam os agricultores.
No destaque principal de várias situações vexatórias pelas quais passam, os agricultores se reportaram, principalmente, no prolongamento dos conflitos agrários protagonizados por madeireiros, fazendeiros e grileiros vindos do lado rondoniense, fato que não tem motivado a atenção do Governo Federal nem do Estado.
Um dos palcos mais conflitantes de disputa pela posse da terra no Sul de Canutama, segundo dados das lideranças agrárias, ambientais, quilombolas e indígenas, ‘continuam as invasões ilegais das terras tomadas a força de nativos de Canutama e Lábrea’.
Para as lideranças, já que a Unidade do INCRA localizada em Humaitá, a 200 quilômetros da Capital Porto Velho, por não atuar efetivamente no controle da situação, a Superintendência Regional do INCRA, em Manaus, ‘deveria se preocupar mais com a manutenção da terra aos amazonenses’, eles disseram.
Enquanto isso, agricultores da Linha C-1, no quilômetro 33, da BR-319, Ramal Bom Sucesso, cansados de esperar pela Unidade local do INCRA, no município de Humaitá, decidiram juntar forças e os parcos recursos financeiros e arrumaram parte da malha viária de acesso às suas propriedades.
Segundo dirigentes da Associação dos Produtores Rurais da Região do Rio Azul (ASPRAZUL), em nome dos habitantes, além dos povos tradicionais, além de voluntários, ‘melhoram as condições das vicinais e ramais por onde transitam. Pedidos nesse sentido foram feitos à Prefeitura de Canutama e à gestão atual do INCRA, em Manaus e no Distrito Federal.
Sobre o assunto, a vereadora Marlete Brandão – que esteve em parte dos vilarejos e áreas ainda não vistoriadas pelo INCRA – contatada por lideranças locais, se comprometeu a levar a situação à Prefeitura e ao Governo do Estado. A proposta, segundo a parlamentar, deve ser formalizada logo que uma exposição sobre as demandas das comunidades chegue às suas mãos.
EM MANAUS – Um emissário das lideranças locais irá à Capital da Zona Franca de Manaus nos próximos dias. Na ocasião, encaminhará uma lista das prioridades dos agricultores ao INCRA, ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal e a outros órgãos de controle no âmbito estadual e federal.