Estudando um pouquinho, fui ver, lá na Guerra do pacífico. O soldado chegava ferido, não tinha de quem receber sangue. Descobriram: vamos meter água de coco na veia dele. E deu certo. Dezenas, centenas de vidas foram salvas. Se fosse esperar uma comprovação científica, quantos não teriam morrido naquele momento?", afirmou o presidente.
O valor liberado pela MP nesta quinta-feira contempla o investimento na pesquisa clínica da vacina, que está na fase 3, quando é testada a segurança e eficácia da droga em humanos. Após o fim destes estudos, a vacina pode receber registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para distribuição no País. A cifra liberada também deve permitir a compra de insumos para preparação das primeira doses e adequação de laboratórios que devem absorver a tecnologia total de fabricação da vacina.
Oinformou na semana passada que prevê investimento de R$ 522,1 milhões na estrutura deBio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos. Outros R$ 1,3 bilhão são para pagamentos previstos no contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca.
Na cerimônia desta quinta, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que há um "indicativo de queda na curva de óbito" pela doença no País. Ele afirmou que o governo dialoga com gestores de Estados e municípios para manter ativa, mesmo após a pandemia, a estrutura criada para o combate à, como 11 mil leitos de UTI e 8 mil respiradores. Prioridade para vacinação. Em audiência na Câmara dos Deputados na quarta-feira, 5, o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, disse profissionais de saúde e pessoas de grupos de risco, como idosos e quem apresenta outras doenças, devem ser priorizados na vacinação contra a covid-19.
Ele afirmou que o SUS deve usar os mesmos critérios adotados para imunização contra a H1N1."A gente vem avaliando que seria o grupo de faixa etária mais avançada, e neste grupo, aqueles que apresentam comorbidades", disse. Em seguida, ele citou cardiopatias e obesidade como fatores de risco."Para além destes, temos os profissionais de saúde."
Medeiros disse que não deve haver restrição de vacinação para quem já teve a doença. A ideia é que uma primeira parcela com 15 milhões de vacinas seja entregue ao Brasil em dezembro, dentro da parceria com a empresa britânica. A segunda, de igual volume, em janeiro. Por causa desta entrega, Medeiros afirmou esperar que ao menos 15 milhões de brasileiros sejam imunizados até o fim do ano.
Na reunião da Câmara, o diretor do Instituto Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, unidade da Fiocruz que produzirá a vacina, no entanto, disse que cada parcela deve levar cerca de 1 mês para passar por processos como de controle de qualidade e ser entregue à população. Assim, a primeira aplicação seria em janeiro. E a segunda, em fevereiro, disse.
Além destas 30 milhões de doses, o País deve receber outras 70 milhões, ainda sem cronograma de entrega. A ideia, segundo o governo, é de que seja feita ainda no primeiro trimestre.O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, afirmou que o País deve incorporar todo o processo de fabricação da vacina em menos de 1 ano. Antes, a Bio-Manguinhos deve realizar apenas etapas de processamento final das 100 milhões de doses recebidas.
Além de preparar a produção, Bio-Manguinhos terá de pedir o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O dossiê para a solicitação é apresentado após estudos de segurança, eficácia e qualidade da droga serem concluídos. O registro permite a distribuição da droga no País. O governo também estuda repassar a produção excedente para a Organização Pan-Americana de Saúde, que distribuiria as doses em países vizinhos.