A indicação de André Brandão, que atua há duas décadas no HSBC, para o comando do Banco do Brasil (BB), no lugar de Rubem Novaes, pode significar um avanço em duas frentes: a aceleração do plano de venda de ativos e a oferta de mais crédito, a juros menores.
O nome do executivo ganhou força na última sexta-feira e o Ministério da Economia bateu o martelo. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse que “a princípio” será ele, embora o assunto seja tema de reunião a ser realizada hoje com o ministro Paulo Guedes.
Brandão é visto como um bom nome pela experiência no setor bancário, por ser um ótimo formador de equipe e exibir um estilo “diplomático”, segundo fontes ouvidas pelo Valor. Para o governo, seu perfil seria similar ao do atual presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, isto é, egresso do sistema financeiro e com conhecimento e bom trânsito no mercado de capitais, no Brasil e no exterior.
O executivo ingressou no HSBC em 1999, tornou-se diretor-executivo em 2003 até que, em 2012, foi nomeado CEO no Brasil, posição ocupada até 2016. Hoje, de Nova York, lidera a área de global banking para as Américas. Antes do HSBC, tinha passado pelos escritórios do Citibank em São Paulo e Nova York.
Dada a sua trajetória, Brandão é visto como alguém que conhece muito de tesouraria e operações de atacado e banco de investimento. E por isso representa a possibilidade de acelerar o plano de venda de ativos do BB, considerado prioritário pela equipe econômica desde o início deste governo. Nesse sentido, o banco procura um parceiro para a gestora de recursos assim como discute o futuro da operação de banco digital e de cartões.