O secretário estadual de Educação do Rio, Pedro Fernandes (PSC), é apontado em relatório da Polícia Civil como suspeito de receber propina em contratos da Fundação Leão XIII, órgão público subordinado à gestão estadual. O inquérito apura fraudes em serviços realizados entre 2015 e 2018, que totalizam R$ 66,5 milhões e envolveriam o programa Novo Olhar, que oferece exames de vista e óculos a alunos da rede estadual. Ele negou a acusação e disse que todos os contratos tiveram tomada de preços.
Em 2017, o órgão foi formalmente subordinado a Pedro Fernandes. À época, ele era secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, e indicou Sérgio Bernardino Duarte, que adota o nome político de Sérgio Fernandes (PDT), ex-deputado estadual, para presidir a fundação. Segundo a polícia, ele já mantinha influência na indicação de cargos.
Conduzido pelo Núcleo de Investigação de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio e pelo Ministério Público, o inquérito aponta que Pedro Fernandes era chamado de “chefe” pelos integrantes do esquema e seria um dos beneficiários dos recursos desviados.
Procurado, Pedro Fernandes afirmou, por nota, que os referidos contratos firmados pela Secretaria de Educação tiveram “tomada de preços, uma forma de licitação que avaliou seis empresas”.
Quanto ao restante da investigação, ele se disse “perplexo” e classificou as acusações de absurdas e fantasiosas. “Me coloco à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos, como, aliás, sempre estive. Fui secretário do estado e município por seis vezes, sem que em nenhuma delas tenha sido levantada qualquer suspeita de irregularidade nas minhas gestões”, afirmou.