O amigo Uirandê de Castro nos deixou na noite de terça feira 26, após alguns dias internado. O boletim médico informa que seu passamento, foi provocado pelo Covid-19.
Seu filho Emerson Castro postou lindas palavras em sua homenagem:
Meu pai foi um gigante em Rondônia. Ao frescor do amor de Deus e à sombra do que meu pai me ensinou através do trabalho e exemplo pessoal, eu descanso.
E seguiremos; Eu e meus irmãos; Todos amigo; Família; Seguiremos.
Nunca morre quem fez parte da história de uma cidade e de um estado.
Nunca morrem os que vivem eternamente na Glória de Deus.
Nosso Senhor nos permitiu orar pelo meu pai por dias, iluminando a jornada que ele iria seguir.
Por essa misericórdia agradeço a Deus e louvo a Deus a todo momento.
Pai, teu jugo é suave e teus desígnios perfeitos.
Muito lindas e sábias palavras do Emerson Castro.
Uirandê deixa saudades a todos nós que o conhecemos, desde quando ele aqui chegou como vendedor de livros, em especial, a Enciclopédia Barsa.
Nosso ponto de encontro era o Bar do Canto sempre a boca da noite. Fazíamos parte da turma da "Curriola 40", uma equipe que costumava participar das gincanas promovidas pela Cia de Fronteira Acre Rondônia – CFAR hoje 17ª Brigada de Infantaria de Selva.
E que se consolidou com a criação do Bloco do Purgatório no início da década de 1970, passou a contar também com os integrantes do Clube Acariquara.
Além do Bar do Canto, costumávamos nos reunir também no "Muro da Vergonha" ao lado do Bar do Canto pela Júlio de Castilho, Bar do Pureza, Meio Kilo Bar e no Restaurante Tri Campeão da dona Marita na Pinheiro Machado.
A criação do Bloco do Purgatório uniu mais a turma e o Uriandê tinha posição de destaque na agremiação carnavalesca, que desfilava sem tocar nenhuma música, por se tratar de um enterro.
Uirandê assumiu como motorista do carro fúnebre, uma Picup Kombi onde ia o caixão com o "defunto".
Depois disso, mesmo com Uirandê se transformando em grande empresário do setor de hotelaria e gastronomia, não deixou de nos considerar.
Sua casa de espetáculos Náutilus foi por muitos anos, o único ambiente pronto para abrigar grandes shows.
Por lá passaram grandes nomes da música brasileira. Foi o Uirandê a abrir o primeiro cyber café de Rondônia sob a direção do seu filho Emerson Castro.
Jamais deixou de nos considerar, todo show que acontecia na Nautilus contratado por ele, eu tinha lugar reservado como convidado no camarote da família.
Torcedor da escola de samba Os Diplomatas, mas, amigos e apoiador das demais agremiações como a principal rival Pobres do Caiari.
Uirandê foi dos primeiros empresários a apoiar os eventos promovidos pela Bando do Vai Quem Quer.
Inclusive, foi ele que sugeriu ao Manelão a realização de um baile carnavalesco, para a sociedade mais abastada de Porto Velho e ainda colocou o nome: "O BOOM DA BANDA" que passou a acontecer nas dependências do Aquários.
O 'Negão", como era chamado pelos mais íntimos, já nasceu empreendedor e podemos até dizer, sempre estava à frente de todos, em se tratando de empreendimento, fosse em qualquer setor da economia ou lazer.
O que ficou conhecida como Calçada da Fama na rua Pinheiro Machado, foi praticamente uma criação do Uirandê.
Ao construir e inaugurar a casa de shows e gastronomia "Barcaça" na esquina da José de Alencar com a Pinheiro Machado, fez com que empresários, abrissem na via, bares e restaurantes e então a Pinheiro Machado passou a ser o ponto de encontro dos notívagos de Porto Velho e seus visitantes.
Uirandê não levava recado e por isso, era considerado "cabeça quente" por muitos, porém, ele só agia do seu modo, quando alguém pisava no seu calo.
Aquele rapaz sonhador, que chegou a Porto Velho como vendedor de livros, venceu, se transformou num grande empreendedor e por isso, é sim, digno de ser considerado como PIONEIRO do estado de Rondônia.
Descansa em paz amigo Uirandê de Castro!