Para muitos estudantes que se candidataram ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, o adiamento é a alternativa mais coerente em um momento de isolamento social causado pela pandemia no país. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) decidiram adiar o exame, após a pressão de estudantes, professores e instituições, e também por conta das manifestações do Poder Legislativo.
As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que estava previsto nos editais. Segundo as organizações responsáveis pela aplicação da prova, a medida segue uma demanda imposta pela sociedade, em razão da dificuldade que muitos candidatos estão enfrentando para estudar durante esse período de pandemia.
Mesmo entre aqueles que frequentam escolas particulares, o adiamento foi uma escolha mais sensata, como opina a estudante do 3º ano do Ensino Médio, Giulia Marques, de 17 anos. “Achei positivo o adiamento do Enem porque muitos estudantes seriam prejudicados. Nas escolas particulares, muitos alunos têm acesso à internet, mas essa não é a realidade de muitas pessoas, principalmente dos alunos das escolas públicas, que estão sem aulas”, avalia.
Giulia estava matriculada em uma escola da rede privada de Salvador, BA, mas com a pandemia e suspensão das aulas presenciais, sua mãe optou por cancelar a matrícula. Ainda assim, ela manteve a rotina de estudos para garantir o acesso ao ensino superior.
“Muitas vezes, o Enem é a oportunidade para as pessoas terem acesso à faculdade e não seria justo aplicar a prova para os estudantes que estão tendo dificuldade para estudar por não terem aulas nem internet em casa”, conclui a estudante que segue se dedicando aos conteúdos em casa, por conta própria.
Na contagem até quarta-feira (20), mais de quatro milhões de pessoas já tinham efetuado a inscrição para o Enem. Até então, os estudantes terão até as 23h59 do dia 22 de maio (amanhã) para realizar as inscrições. Entre os inscritos está Mirella Silva Rosa, 38. A auxiliar administrativa soteropolitana não concorda com o adiamento da prova. Segundo ela, há outras formas de ajudar ambos os lados. “Não achei uma boa notícia, não. Na minha opinião, é bem desnecessário. As pessoas podem realizar a prova on-line e para as demais que não têm acesso à internet eles poderiam organizar