“Até aqui, a troca do ortopedista Henrique Mandetta pelo oncologista Nelson Teich se parece muito com a substituição de seis por meia dúzia. Naquilo que é essencial, o doutor Teich soou bastante parecido com o colega Mandetta” – Jornalista Josias de Souza.
1-Crônica de uma morte anunciada
O ministro Mandetta que brigou pelo isolamento vertical – todo mundo em casa – sai e dá lugar ao médico oncologista Nelson Teich, afinado com a linha do presidente Bolsonaro, que privilegia o isolamento horizontal. São duas visões de mundo e espero que o novo ministro tenha a noção exata da crise e possíveis consequências.
Sai um médico, entra outro, ambos com olhar voltado para a ciência, mas com características diferentes. Pior seria trocar por alguém sem expertise. Agora é torcer como sempre para dar certo e por via das dúvidas, ai, ai meu Jesus… Amém!
2-O dossiê Mandetta
Que ninguém se engane. A queda de braço do Mandetta x Bolsonaro tem muito mais de política do que parece. O médico Mandetta é um político com larga experiência que surfou a onda na hora certa, mas que foi abatido pelos “fazedores de dossiês” em Brasília e pela “tchurma do quanto pior melhor”.
Some-se a isto uma fantástica “casca de banana” em horário nobre e pah! Juntando os cacos e fazendo uma lipoaspiração do texto do portal Terra, é possível ver o que há de real nessa história que nunca será bem contada. Dizem que os mortos assombram o Alvorada à noite, mas de dia os muito vivos, os zumbis e os luas-pretas assombram muito mais.
3-Burocracia-10 x Planejamento-0
E os dossiês já estão por aí. Um exemplo, só 60 dias com a crise instalada o Ministério da Saúde comprou 4,3 mil ventiladores nacionais à Intermed Equipamento Médico Hospitalar para UTI’s, que já têm pacientes infectados. Um atraso considerável, se levarmos em conta a velocidade de contágio. Isso vai pra conta do Mandetta. Com a primeira compra de 6,5 mil na MagnaMed, são 11 mil, o que é fichinha.
Quer mais, o Brasil tem 55 mil leitos de UTI com 65411 respiradores. Jogar nas costas de Mandetta o caos pré-existente é vilania. Dizer que é culpa do SUS também. Vamos lá, será que a burocracia vai destravar agora ou daqui a 5 anos estarei aqui me repetindo?
4-De olho na grana
Não existe época mais propícia para “enfiar a mão grande” no dinheiro público do que na época das calamidades e estamos vivendo uma agora. A pressa em fazer coloca de lado os cuidados que a burocracia exige em tempos normais e os problemas ocorrerão mais à frente se ninguém ficar de olho antes, fiscalizando a priori e orientando o gestor.
Por vezes a cobrança acaba por deixar o gestor irritado, mas é a função de quem fiscaliza. A Assembleia Legislativa de Rondônia teve uma conversa dura com os gestores da área de saúde estadual e exigiu transparência nos gastos que estão sendo realizados nesta quadra atual. Quem avisa, amigo é. É ou não é sêo Zé?
5-Pandemia não rima com panaceia
Há algum tempo o Brasil apostou as fichas nos milagres da flora para a cura do câncer. De unha de gato a Fosfoetanolamina, passamos pelo sangue de dragão, carqueja e mil outras ervas que dizia-se era a panaceia.
A cada vez que surge algo terrível como H1NI ou Coranavirus, a ausência da pesquisa nacional por absoluta falta de investimentos ou aversão pela ciência, bandeia-se para o charlatanismo. A cloroquina sumiu do debate dos vendedores de ilusões, mas os crédulos continuam se pondo em risco. E já que falei de panaceia o que houve com a fosfoetanolamina?