Porto Velho, Rondônia – Não é de hoje que apenados do sistema prisional estadual sofrem atentados sou são executados e os autores dos crimes são descobertos, apesar das investigações mirarem para disputas entre facções rivais por pontos de vendas de drogas e crimes passionais.
O caso Maycon Leandro de Souza Moreira, 20, executado com cinco tiros à queima roupa dentro de casa na quarta-feira (19.02), na Rua Escapolita, no Residencial Crystal da Calama, ninguém foi preso até agora.
Maycon Leandro de Souza Moreira
Ele, que era monitorado por pulseira eletrônica da Secretaria de Justiça (SEJUS), a exemplo da mulher Paula Vitória Barros Rolim de Oliveira, executada de forma idêntica, recheiam as páginas da crônica policial do universo criminoso vivenciado quase que, diariamente, nos residenciais do maior programa de habitação do Governo Federal às famílias de baixa renda.
Paula Vitória Barros Rolim de Oliveira
Maycon jantava com a família no dia que foi assassinado. A família dele, na ocasião, se fechou e não forneceu quase nada sobre seu passado dentro da cadeia. Já Paula Vitória, segundo moradores da Rua Azurita, no Cristal da Calama, ‘fazia questão de se apresentar como chefe local da facção Comando Vermelho’.
Em dois anos e meio em que fora inaugurado com a presença de autoridades regionais, os moradores do Residencial Cristal da Calama, na Zona Leste desta Capital, vêm assistindo, ativa ou passivamente, os índices de violência explodirem no ranking policial. Segundo dados não-oficiais, parte dos crimes seria motivada por acertos de contas entre facções rivais, atestam moradores antigos.
Além de Maycon Leandro e Paula Vitória, em menos de 48 horas que o primeiro foi assassinado, atiradores de cara limpa invadiram a casa do suposto moto-taxista Carlos André Gonçalves, 42, e o atingiram com tiros em uma das pernas, na terça-feira (18.02).
De acordo com evidências encontradas por policiais experientes sobre os três casos mais famosos ocorridos no Cristal da Calama, além de conhecidos pontos de venda de drogas, oficinas de pintura, consertos de autos e ferros-velhos considerados clandestinos, os moradores do conjunto atribuem o aumento da onda de violência a bandidos que integram supostas facções que atuam nos bairros Planalto, Teixeirão, Lagoa Azul, Esperança da Comunidade, Jardim Santana e do vilarejo Santaninha colado ao Setor Chacareiro.
Sobre o assunto, a Reportagem de o NEWSRONDÔNIA foi a esses locais e percebeu uma grande movimentação de jovens e adultos sob a suspeita de estarem endolando supostas substâncias entorpecentes. Um dos materiais suspeitos usados na ‘endolação’ ‘é o papelim’ – tipo de papel usado por seringueiros e pescadores para fabricar os tradicionais ‘porroncos’ de tabaco embebido em mel de abelha’.