Porto Velho, RO – Depois de uma sucessão de reivindicações dos Ex-Empregados da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) sob a suposta má qualidade das obras de construção dos taludes de proteção das encostas do Complexo Ferroviário, nenhuma das Curadorias do Meio Ambiente (MPE-MPF) teria tomado providências cabíveis quanto à divulgação do plano de recuperação de responsabilidade do Consórcio Santo Antônio Energia (CSA-E).
Em várias notas à imprensa, ferroviários e entidades que atuam no âmbito da proteção do patrimônio e cultura ferroviária, nesta Capital, condenaram o desbarrancamento dos taludes (muros de proteção) devido às erosões que afetaram as encostas. Ainda assim, a Prefeitura – que detém a concessão do Complexo Ferroviário por 50 anos -, divulgou relatórios das sessões de fiscalização das obras.
Com relação às atuações das Curadorias do Meio Ambiente, tanto do Ministério Público Estadual (MPE) e quanto do Ministério Público Federal (MPF), que deveriam apurar a motivação dos desbarrancamentos através de laudos técnicos e científicos, com a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) 'o que se viu foi os taludes virem Rio Madeira a baixo', revelou, á época, alta fonte entre ferroviários.
Mesmo sem a intervenção direta das Curadorias do Meio Ambiente, Prefeitura de Porto Velho e do IPHAN estadual, os laudos que apontariam a causa dos desbarrancamentos dos taludes nas encostas do Rio Madeira, o Consórcio Santo Antônio Energia (CSA-E), voltou a atuar nas obras de contenção sem ao menos 'receber punição dos órgãos de controle', desabafava, à época, um dos dirigentes dos ex-empregados da ferrovia.
De lá pra cá (época dos desbarrancamentos dos taludes), muito vem sendo discutido sobre o verdadeiro papel da Prefeitura e das Curadorias do Meio Ambiente a respeito à motivação do referido crime ambiental. Segundo setores de entidades que afirmam atuar na defesa, concentração e preservação do patrimônio da cultura ferroviária locais, 'projeto de taludes podem até dispensar contenções complexas em escavações profundas'. Porém, em se tratando de patrimônio tombado, 'a Prefeitura e a Santo Antônio Energia estão obrigadas a divulgar os laudos técnicos e a motivação sobre os desbarrancamentos'.
Para analistas consultados por este site de notícias, 'o que se viu foi espécie de solução econômica e de simples execução que não levaram em consideração, nem por parte da Prefeitura nem pelo Consórcio Santo Antônio Energia, as condições geotécnicas favoráveis e de um estudo profundo de conhecimento das reais condições do solo no entorno do Complexo Ferroviário e região'.
O colunista Carlos Sperança, do Diário da Amazônia, edição do domingo 24, questionou a qualidade de parte dos segmentos profissionais de engenharia disponibilizados no mercado rondoniense. Ele se disse criticado ao questionar a má qualidade de serviços, não só em relação aos desbarrancamentos dos taludes do Complexo Ferroviário, mas na queda sucessiva do muro do Cemitério dos Inocentes e em obras públicas, entre as quais, 'das galerias paralisadas em bairros periféricos da Capital'.
Já outros especialistas ouvidos afirmam, contudo, que, 'a necessidade de realizar escavações profundas exige da engenharia técnicas de contenção cada vez mais sofisticadas', como a elaboração de um projeto de talude do tipo e uso de estacas, perfis atirantados e/ou paredes diafragma, o que envolve serviços de escavação a céu aberto e de terraplanagem – não uso de maquinas especiais pesadas, como diafragmadoras e perfuratrizes especiais.
No caso específico das obras de construção dos taludes no Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), analistas disseram que, 'em vez disso tudo, alguém que desconhecia o terreno que formam as encostas, devem ter utilizados equipamentos comuns para fazer a movimentação da terra, como apenas escavadeiras hidráulicas e caminhões, para reduzir enormemente o custo do serviço'.