Na nova era mundial de conexões e uso de redes sociais, será possível o anonimato? A pressa para deixar no mundo digital informações sobre relacionamentos ou até mesmo destino de viagens é tão grande que a pergunta não cala: alguém ainda consegue ser anônimo para a infinita rede de informações online no século 21? Essa pergunta leva os usuários a reflexões acerca de privacidade e uso consciente da rede.
De acordo com o professor Viktor Mayer-Schoenberger, da Oxford Internet Institute, “nos dias atuais, temos mais dispositivos virtuais do que nunca, e eles possuem mais sensores que capturam constantemente dados sobre nós”. Quem nunca se assombrou após abrir o navegador do celular e descobrir sugestões de pesquisas relacionadas a assuntos discutidos há poucos minutos por voz com um amigo, familiar ou colega de trabalho?
Para se ter uma ideia do tamanho da influência dos perfis digitais nas decisões pessoais, uma pesquisa realizada pela Careerbuilder, companhia norte-americana de recrutamento para empresas, somente nos Estados Unidos 70% das empresas usaram informações de perfis digitais para analisar os candidatos a vagas de emprego, e 48% verificaram as atividades midiáticas dos funcionários já contratados.
Facilidades sem precedentes
Com o advento da internet, muitas facilidades vieram à tona. Está com fome? Pedir comida por aplicativos virou rotina. Precisa de roupas? Não é necessário mais ir ao shopping. Quer ganhar dinheiro com jogos? As opções são inúmeras, e não é mais necessário sequer ir a um cassino físico para apostar, é só visitar sites de cassino online no Brasil. Precisa lavar roupas? A lavanderia busca e entrega todo o seu guarda-roupas se for preciso. Mas, até que ponto essas facilidades interferem na privacidade de cada usuário?
ifood, Uber Eats e Rappi são novas formas de cardápios digitais que levam a comida até a mesa dos usuários de forma rápida e sem precisar sair de casa. (FONTE:Maria Dias/TechTudo)
Uma das formas de se proteger é excluir as redes sociais, como muitos fizeram após o escândalo por trás do Facebook, quando 87 milhões de pessoas tiveram seus dados secretamente colhidos com o propósito de servir para planejamento de propagandas políticas. Porém, deletar os perfis pode ser uma forma óbvia de apagar dados pessoas, mas isso não tem nenhum impacto nos dados já armazenados por outras empresas.
Então, é possível sair a internet sem deixar nenhum rastro online? De acordo com Rob Shavell, co-fundador e chefe executivo do DeleteMe, um serviço que objetiva remover informações pessoais de bancos de dados públicos, “indo direto ao ponto, não, não é possível”. Ele completa, “não é possível ser completamente apagado da internet, a não ser que todas as empresas e funcionários de serviços digitais fossem forçados fundamentalmente a mudar a forma como operam na rede.
Conclusão?
Pela forma como os dados são armazenados e ao observar que há divergências na legislação acerca da forma como as informações em massa são utilizadas, não é possível, nos dias atuais, dizer que um usuário pode simplesmente desaparecer dos meios digitais. Portanto, como Shavell fundamentalmente compartilha, “a implementação de uma regulamentação para permitir que os consumidores tenham uma opinião sobre como suas informações pessoais podem ser coletadas, compartilhadas e vendidas ajudaria bastante a resolver o desequilíbrio de privacidade que temos agora”.