Fábio Pajaro
O mercado de trabalho cada vez mais competitivo exige profissionais não apenas competentes, mas sobretudo engajados. Foi-se o tempo em que chegar no horário, bater o ponto e cumprir as tarefas atinentes ao cargo ou função eram sinônimo de profissionalismo. Hoje, seja para pleitear um aumento de salário, habilitar-se a uma promoção ou, em muitos casos, apenas manter uma boa imagem perante as instâncias superiores, o colaborador precisa ir além do básico.
Conceito relativamente recente no linguajar corporativo, o intraempreendedorismo de certa forma reflete a avalanche de mudanças sociais e tecnológicas registradas nas últimas três décadas, um fenômeno que obriga os profissionais de todas as áreas a estarem em constante movimento, em busca de atualização e capacitação.
Na prática, o intraempreendedorismo se traduz na aplicação do empreendedorismo no âmbito interno das empresas e organizações. O intraempreendedor é aquele tipo de funcionário que não se contenta em executar tarefas. Pelo contrário: busca novas responsabilidades, empenha-se na melhoria dos processos e demonstra iniciativa tanto na resolução de problemas como na criação de novos métodos. Com suas ideias e sugestões no dia a dia, este profissional é a mola propulsora das grandes inovações, capazes de gerar valor para o consumidor do produto ou serviço oferecido por sua organização.
O intraempreendedor é um profissional ao mesmo tempo focado e inquieto, além de proativo, criativo, dedicado, irresignado, atento às novas tendências, propositivo, ambicioso – no melhor sentido da palavra –, capaz de enxergar senso de propósito em tudo o que faz, até mesmo nas tarefas mais comezinhas. De certa forma, sente-se como se também fosse dono da empresa, demostrando preocupação com eventuais dificuldades e procurando sempre atuar para minimizá-las ou até solucioná-las.
Se fosse possível resumi-lo a apenas uma característica, poderíamos dizer que o intraempreendedor é um profissional apaixonado pelo que faz. Muitas vezes, sua postura é a responsável pela inovação que resulta em métodos e tecnologias disruptivos ou na criação de novos produtos e serviços. O cérebro intraempreendedor é a célula que oxigena as empresas, produzindo reordenamentos e atualizações estratégicos e impulsionando sua competitividade no mercado.
Mas engana-se quem enxerga o intraempreendedorismo como atribuição exclusiva dos funcionários e colaboradores. Assim como os profissionais devem manter-se constantemente abertos à busca por aperfeiçoamento, empresários e gestores precisam oferecer um ambiente propício a quem se propõe a empreender internamente, em um processo que começa com a motivação, mas também exige comunicação clara e objetiva, descentralização de decisões, liberdade para criação e, claro, reconhecimento – seja em um e-mail elogioso compartilhado com a equipe ou até mesmo em uma eventual recompensa financeira.
Sobre Fábio Pajaro
Com longa experiência no mercado financeiro, principalmente, no setor de pagamentos, Fábio Pajaro estudou Economia e Direito na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atuou na gestão de diferentes empresas de prestação de serviços como Call Canter, Tecnologia da Informação, Sistemas de Telemetria, Locação de Equipamentos, entre outros. Portanto, possui conhecimento de gerenciamento administrativo e financeiro em organizações de pequeno, médio e grande portes, além de desenvolvimento de novos produtos para mercado de meios de pagamento e sub-adquirência.