Porto Velho, RONDÔNIA – A suposta higienização feita nessa terça-feira, 24, no antigo terminal de ônibus da cidade pela Prefeitura, ainda assim, não pôs fim às colônias atribuídas a dependentes químicos dentro daquele complexo rodoviário municipal.
Desde que foi desativado pela atual administração, o antigo Terminal de Integração – que foi construído no governo Mauro Nazif – continua ocupado por grupos de pessoas que perambulavam pelas ruas do Centro Comercial e Histórico da Capital. A maioria desses grupos fez moradias sob lonas e restos de material de construção.
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Na limpeza feita na manhã dessa terça-feira, a Prefeitura recolheu lixo, pedaços de madeira, restos de comida, dezenas de garrafas PET e latinhas, essas usadas por dependentes químicos como módulos para queima de crack em forma de cachimbo.
No local, mesmo sob críticas de feirantes e comerciantes, ainda não foi dessa vez que a Prefeitura 'fez a desafetação do antigo terminal dos ônibus', garantiu o Presidente em exercício da Associação dos Ferroviários da Estrada de ferro Madeira Mamoré (EFMM), George Telles de Menezes, o Carioca, 59 anos.
De acordo com solicitação protocolizada da entidade junto Ministério Público Estadual (MPE), 'é unânime entre feirantes, moradores do Cai N'Água e Baixa da União, a higienização total do empreendimento cuja responsabilidade por sua conservação e preservação, cabe apenas à Prefeitura', ele afirmou.
Foi por conta da desativação do antigo Terminal de Integração Municipal, em nota de serviço assinada pelo Prefeito Hildon Chaves, segundo ferroviários mais antigos, que a proliferação de dependentes químicos e adolescentes marginais no local, que, ao sossego de lojistas, comerciantes, feirantes, moradores, visitantes e turistas recrudesceu nos últimos três anos do governo Hildon Chaves', apontou Carioca.
Diante do silêncio de parte das secretarias Municipais envolvidas nas atividades realizadas no entorno do antigo terminal dos ônibus, entre as quais, a do Meio Ambiente, Trânsito, Transporte, Mobilidade, Agricultura, Pecuária, Abastecimento, Assistência Social e da Família (SEMASF), permissionários do Shopping Popular, da Feira do Produtor Rural e do Mercado do Peixe – ainda em franca atividade – 'nunca receberam a visita da fiscalização no local'.
Para Carioca, 'o certo é que o município não consegue estruturar uma rede de atendimento a dependentes químicos e pessoas em situação de vulnerabilidade social e pessoal que ocupam a cidade' – nem o Centro Histórico de Porto Velho.
Apesar de os dados demonstrarem que a população de pessoas desocupadas nativas, migrantes e imigrantes aumentou de 2017-19, o município ao que parece patina na formatação de políticas públicas referentes à maior parcela já desassistida em carência extrema de emprego, educação, saúde mental, moradia e de atenção aos pobres extremamente pobres', sublinhou Carioca.
Para a acadêmica Francisca da Silva 57 anos, 'as colônias de dependentes químicos no entorno da zona comercial, Centro Histórico e nos bairros de Porto Velho, é resultado da falta de vontade política das autoridades resolverem os problema da nossa cidade'.