“Os brasileiros não se apaixonam pelas amantes”. – Delfim Neto sobre as diferenças entre brasileiros e argentinos
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior cortou mais5.613 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado num total de 11 mil bolsas no país e deixando de fora novos pesquisadores o que atinge também o CNPq. De olho no eleitor, parlamentares mesmo os alérgicos à Lavajato lembraram dos recursos da corrupção e nesta hora, “se a água bate na cintura o caboco aprende a nadar”. Da Lavajato ou de onde vier é a grana que estufa urnas. É um real para a bolsa e outros no bolso. Diz o ditado: “É uma no cravo e outra na ferradura”.
2-Veto do Planalto e desgaste da Câmara
Os “amigos do capitão” estão de cabelo em pé. Depois de votarem a toque de caixa a lei de abuso de autoridade sentem que a pressão do eleitorado e das pesquisas de opinião pública vão levar o presidente a dar uma caneta da matadora, vetando bem mais que a quantidade de itens pedidos pelo ministro Moro e pela bancada pro-Lavajato.
Para lideranças da Câmara, a tendência é que o governo vete até os pontos mais polêmicos que causam repulsa a policiais, juízes e procuradores, envolvidos no combate à corrupção. E aí… “toma que o filho é teu”!
3-Por falar em abuso…
O dr. Wagner Rosário, ministro da CGU, foi enfático na sua preocupação com a Lei de Abuso de Autoridade. “Uma lei de abuso de autoridade com aspectos de interpretação muito abertos pode dificultar a atuação dos atores, porque essas pessoas vão ter muito cuidado para tomar qualquer ato.
Pode ser interpretado de uma maneira equivocada. Eu acho que uma lei de abuso de autoridade não é contra a corrupção, mas, se mal escrita, ela pode inviabilizar o combate”. Rosário é mais uma das vozes contra a lei que abusa da autoridade e que pode ser travar às investigações no país de qualquer crime. O Brasil tá ficando diferente seu minino.
4-O xadrez de Bolsonaro
Bolsonaro falou sobre xadrez. Foi diferente das metáforas futebolísticas do preso e das “non sense” da Dilma: “Pessoal, vamos imaginar um jogo de xadrez no governo, vamos imaginar? Jogo de xadrez. Os peões seriam, em grande parte, quem? Os ministros. Lá para trás, um pouquinho, o Moro, da Justiça, é uma torre.
Paulo Guedes, um cavalo. E a dama ou rainha, seria quem? Quero ver se vocês são inteligentes. Qual autoridade seria a dama? Que pode ser um homem, obviamente. Não, o presidente é o rei. A dama é a PGR. Tá legal? Lembrei do pombo enxadrista: “Debater com certas pessoas é como jogar xadrez com pombo. Ele derruba as pedras, faz cocô no tabuleiro, estufa o peito e conta aos amigos que ganhou a partida”.
5-O Supremo pode escrever certo por linhas tortas?
A Lava Jato nunca foi instituição. O que fez, só o fez pelo apoio e a retaguarda constitucional do então, para todos os efeitos práticos, todos os acertos da Lava Jato são do Supremo. Assim como os erros. Com uma diferença: só quem pode corrigir os erros da Lava Jato por questão de honestidade intelectual, é o Supremo que é o sócio de todas as virtudes – e são inúmeras – da Lava Jato. Mas também é cúmplice de todos os seus agora,imperdoáveis exageros. Nunca existiram abusos da Lava Jato.
A culpa, se existiu, foi do STF, que os permitiu e se fizer a “autocrítica” não é contra a Lava Jato. É a admissão de culpa do próprio Supremo. Recomendo a leitura desse instigante texto de Mário Rosa. Basta clicar para lembrar a passagem de Pilatos.